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Scot Consultoria

O Brasil está blindado?


Sexta-feira, 26 de setembro de 2008 - 09h49

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


A crise americana se alastra pelo mundo todo e evidentemente que atinge mais fortemente países considerados desprotegidos no que se refere à condução da política econômica. A pergunta mais ouvida no caso brasileiro é: o Brasil será afetado pela crise? A resposta é uma só: já foi afetado. Isso nos remete a segunda pergunta: o Brasil está blindado? A resposta é: depende do ponto de vista da análise. Algumas variáveis dão segurança ao país. Reservas cambiais confortáveis para o padrão histórico brasileiro. Juros elevados Risco país em níveis aceitáveis. Democracia em consolidação. Inflação sob controle rigoroso da autoridade monetária. Câmbio flexível. Superávits comerciais. Relação PIB/dívida sob controle. Essas entre outras variáveis indicam que o país está muito mais protegido para enfrentar as conseqüências da crise. Por outro lado, o modelo econômico brasileiro ainda é frágil, em função de não se ter avançado nas reformas estruturais que dariam a sustentação ao crescimento econômico brasileiro. Em outras palavras: o paciente chamado Brasil administra bem remédios para seu controle diário, entretanto, não possui uma boa saúde que permita abandonar de vez esses remédios. Quando o quadro é esse o melhor a fazer é agir preventivamente, e neste particular, o Banco Central brasileiro agiu rápido, ampliando a liquidez do mercado. Mas como colocado, o Brasil já foi afetado pela crise. Pode até não sentir fortemente, mas já há mudanças importantes no mercado. Por exemplo: o crédito já está mais escasso. Os bancos já estão mais seletivos. O BNDES já fechou algumas portas de financiamento a longo prazo. Alguns setores já estão revendo seus planos de crescimento. Assim podemos concluir: não passaremos ilesos pela crise americana, mas com velocidade nas decisões, poderemos sair dela sem pagar um preço muito elevado, entendendo este preço como redução forte do nível de atividade econômica e com ela toda a conseqüência quanto à geração de emprego e renda.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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