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Crise: é hora de aguardar


Sexta-feira, 19 de setembro de 2008 - 15h19

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Na minha atuação profissional, tanto como comentarista de economia como nas aulas na Faculdade, as perguntas são as mesmas: o que fazer nesse momento de crise? O que faço com as ações da Petrobras e da Vale que adquiri com o saldo do fundo de garantia? Tenho uma viagem para o exterior, compro dólar já ou espero? Na prática qualquer um que queira opinar neste momento não terá certeza de que o cenário traçado será o mais próximo do concreto. Penso que o momento é para aguardar. Quando se está em volta de um furacão o indicativo é priorizar bons abrigos e esperar a tempestade passar. Vamos analisar caso a caso. Ações da Petrobras e Vale aplicadas com o saldo do FGTS. O ganho neste período foi expressivo. Antes da crise, ambas contabilizavam algo em torno de 20 vezes o valor aplicado. Se o dinheiro ficasse no FGTS seriam míseros TR acrescida de 3% ao ano. Assim, a gordura acumulada permite suportar este momento. Por outro lado o raciocínio é: desfazer das ações e voltar ao FGTS? Voltar à baixa remuneração? Duas companhias como essas, possuem estratégias suficientes para recuperar as perdas atuais. É uma questão de tempo. Por sinal, tempo é o que mais precisamos. E o dólar? Todos que analisam o mercado de certa maneira sabiam que o dólar não iria se estabilizar nos níveis anteriores a crise. Por sinal era e é um dos grandes desafios da equipe econômica, como administrar melhor o câmbio. Precisamos de um câmbio que não traga inflação importada, que permita a renovação tecnológica, e que mantenha a competitividade de nossas exportações. A desvalorização do Real frente ao dólar é bem-vinda, mas não na velocidade que veio. Portanto, para a economia nacional, uma rápida subida como a de agora não interessa. Por este raciocínio e considerando a "bala na agulha" que o Banco Central tem com reservas cambiais confortáveis para o padrão histórico brasileiro, o indicativo é de uma acomodação na cotação. Evidentemente isso tudo dentro do que já sabemos, ou melhor, dentro do que não sabemos da crise, pois a cada momento novos e importantes lances são divulgados. O indicativo é exatamente o título deste artigo - crise: é hora de aguardar.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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