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Scot Consultoria

Quando o avião não é bem gerenciado


Sexta-feira, 12 de setembro de 2008 - 13h09

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O IBGE divulgou o crescimento econômico, que surpreendeu pela magnitude: 6,1% no segundo trimestre deste ano se comparado a idêntico período do ano passado. O Banco Central elevou a taxa básica da economia: de 13 para 13,75% ao ano. Uma noticia no cravo outra na ferradura. Certa vez um economista usou o avião como figura de linguagem para explicar a economia de um país e penso que retrata bem esse momento da economia brasileira. Se um avião representar o país, podemos dizer que o crescimento econômico permite pensar em um aparelho maior. Por outro lado, neste avião, seja lá de que porte que for, terá sempre o limite do número de acentos disponíveis, afinal, não pode e não deve levar passageiro em pé. Se neste avião colocamos metade de passageiros do governo, sobrará metade para o setor privado. Quando os gastos públicos são ampliados sem controle, é o mesmo que o governo querer aumentar o número de seus passageiros. Ora, se o número de passageiros é pré-definido, alguém tem que sair da aeronave. Ou sai espontaneamente ou alguém força essa saída. Aí vem o Banco Central e se encarrega de, educadamente, retirar alguns passageiros do setor privado. Como ele faz isso? Aumenta a taxa de juros. Na prática a sociedade paga um preço pela ocupação exagerada de espaço por parte do setor público. Conclusão: o avião precisa aumentar de tamanho, mas é fundamental repartir os espaços de maneira mais justa. Se o governo não se disciplinar em seus gastos, a carga tributária só cresce, a necessidade financiamento aumenta, com isso engessa a economia de um lado e eleva preços de outro lado, restando o trabalho sujo ao Banco Central. Essa lógica tem que acabar. O avião precisa ser melhor gerenciado.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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