• Domingo, 28 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

O regime de metas de inflação


Sexta-feira, 11 de julho de 2008 - 15h25

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Desde julho de 1999 o Brasil adotou o chamado regime de metas de inflação. Não é novidade, pois outros países praticam a mesma metodologia. A idéia básica desse regime é projetar a inflação para os próximos períodos, no caso brasileiro para os 12 meses subseqüentes. A projeção é desenvolvida em um modelo econométrico. Acontece que a fixação do centro da meta da inflação bem como o horizonte da projeção não segue um padrão. Em outras palavras, quem define o patamar e a quantidade de meses projetados é a equipe econômica do governo. Não quero defender que a inflação no Brasil deva ser fixada em metas mais elevadas, principalmente conhecendo o histórico de inflação no Brasil, mas entendo que poderíamos adotar metas menos restritivas. Qual seria na prática a diferença entre uma meta de 5,5% podendo atingir até 7,5% e uma projeção, por exemplo, para os próximos 24 meses e a atual que trabalha com 4,5% podendo atingir 6,5% em um horizonte de tempo de 12 meses? Buscar o ajuste em 24 meses é uma tarefa menos árdua do que em 12 meses. Insisto: o nosso passado nos condena, entretanto, considerando o sacrifício que o país tem que fazer para controlar os preços em níveis tão baixos, me parece que o mais prudente seria uma revisão dos critérios para fixação de metas. Países que adotam metas de inflação baixa convivem com juros reais no mínimo na metade dos praticados no Brasil e crescimento sustentado acima de 5% a 6% ao ano. O próprio regime de câmbio flutuante permite práticas de juros menores. Em resumo: a reflexão é no sentido de analisar qual deve ser o bem maior a ser objetivado pelo governo – metas apertadas, ou metas que contemplem a realidade brasileira, notadamente de um país que precisa promover crescimento sustentado. Só é difícil aceitar inflação em patamares de primeiro mundo, e crescimento, renda, juros, entre outras variáveis, de terceiro mundo.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja