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Scot Consultoria

O necessário controle dos gastos públicos


Sexta-feira, 20 de junho de 2008 - 14h11

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


A discussão em torno do aumento da inflação voltou à baila. Não discutimos mais se a inflação será de 30 ou 40% ao mês, mas sim, se ultrapassará ou não os 6% ao ano. É uma evidente mudança em um país que conviveu anos a fio com a chamada inflação crônica. Como dizem alguns economistas, corretamente por sinal, “inflação baixa é igual à pequena gravidez”, ou seja, uma hora cresce. Desta maneira, toda a atenção é pouca. O que é questionável na estratégia do governo para combater as altas de preços é a utilização permanente da política monetária restritiva. Somos sabedores de seus efeitos práticos, entretanto há outros remédios tão ou mais eficazes do que o previsível aperto monetário. Por exemplo: o governo anunciou novo recorde na arrecadação. Arrecadou 11% a mais do que o mesmo período do ano passado. Desta maneira utiliza-se e de forma exagerada parte da política fiscal, isto é o aumento da carga tributária com evidente redução da renda do setor privado. Mas pouco ou quase nada se discuti na outra ponta da política fiscal: a política de gastos. Parte do movimento exagerado da economia para os padrões brasileiros vem da gastança governamental. Ao ceder às pressões de políticos, sindicalistas, e outros setores do governo, recursos públicos são canalizados para o chamado gastos em custeio, quando o efeito saudável para economia viria dos gastos em investimentos. Além da utilização combinada das políticas monetária e fiscal, sendo que o uso mais intenso desta última evitaria mais aperto monetário, é preciso que o setor público saia da inércia. Não defendo interferência nas leis de mercado, mas não é aceitável que aumentos de preços em setores que todos sabem quais são, não possam de alguma maneira ser monitorados ou até mesmo “negociados” setorialmente. Se o bem maior é o controle de preços, porque não atacar simultaneamente todas as variáveis envolvidas, inclusive, com eventual choque de oferta via importação? É a chamada proatividade. Mesmo que não façam muito, pelo menos se atacarem o controle dos gastos, já representaria um grande avanço.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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