• Domingo, 28 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Será que estamos no limite do crescimento?


Segunda-feira, 9 de junho de 2008 - 15h22

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O previsível Banco Central brasileiro elevou novamente a taxa básica de juros atingindo 12,25% ao ano. A justificativa é a de sempre: inflação em alta. Também as avaliações sobre a decisão são as previsíveis: os que querem privilegiar o crescimento econômico criticam e os que defendem o controle rígido da inflação elogiam a decisão. Não obstante essa obviedade, penso que podemos tentar extrair deste comportamento do Banco Central quais seriam as variáveis limites que a autoridade monetária brasileira trabalha. Se analisarmos o patamar de crescimento econômico observamos que esse gira em torno de 5% ao ano, com pequenas oscilações para mais e para menos. Parece que estamos condenados, no cenário atual, a crescimento, em média, no máximo neste patamar. Isso fica evidente quando se analisa o crescimento da demanda e a demora na resposta do investimento: desequilíbrio certo nos preços. No que se refere à inflação, há demonstração que índice oficial não pode ultrapassar o centro da meta, apesar de ser estabelecida e admitida variação mais e para menos. Para mais, não pode. Assim estamos no limite do limite. E o que é pior: com esses parâmetros "travados" os investimentos também não crescem, e se crescem, não são na magnitude das necessidades internas para se criar definitivamente um ciclo virtuoso, que pudesse remeter o Brasil à elite dos países desenvolvidos. Estudos apontam que teríamos que sustentar um crescimento de 7% ao ano ao longo de 20 anos para que essa conquista viesse (a história dos países que chegaram ao desenvolvimento aponta para esse número). É verdade que há setores que podem apresentar crescimento mais acentuado, mas também é verdadeiro que com as travas do Banco Central fica muito mais difícil estabelecer um planejamento de longo prazo que efetivamente transforme a estrutura do país. Conclusão: estamos nivelando nossa economia por baixo e fazendo somente o óbvio. É pouco para nossas reais necessidades.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja