• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Querem combater o que com a alta de juros?


Sexta-feira, 18 de abril de 2008 - 13h38

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O Banco Central ofereceu ao mercado mais ração do que se imaginava: em vez de aumentar em 0,25 a taxa básica brasileira subiu 0,5 ponto percentual, atingindo 11,75% ao ano. A pergunta que se apresenta é: querem combater o que com esse aumento de juros? Se for a inflação gerada pelos aumentos de preços dos alimentos nos parece uma decisão equivocada. Política monetária restritiva combate a inflação gerada pelo excesso de demanda por bens financiáveis, sobre os quais as taxas de juros exercem efetiva influência. Será que algum consumidor deixará de demandar alimentos porque os juros subiram? Na prática o Banco Central novamente demonstrou insensibilidade quanto ao momento da economia nacional e o que é pior, não avaliou adequadamente a alta de preços dos alimentos que ocorre no mundo todo. Ofereceu o remédio e a dose errados. Talvez a explicação pelo tamanho da elevação seja: já que tem que ter um desgaste, que seja agora e nas próximas reuniões as taxas não serão novamente elevadas. Por outro lado a decisão pode ter um cunho, diríamos mais psicológico, ou seja, é como se o Comitê de Política Monetária indicasse ao mercado: vejam eu tenho o controle sobre a economia, eu sou conservador, portanto, podemos errar em tudo, mas não no combate na inflação. As conseqüências da decisão todos já sabem: retardamento nos investimentos, dólar em queda prejudicando as contas externas, aumento da dívida interna, queda no crescimento econômico, entre outras. Quando a autoridade monetária quer ser mais realista do que o rei, e seus comandantes não saem de suas salas refrigeradas, fica evidenciando que não conseguem enxergar o que acontece no mundo real. O privilégio ao bem maior não prevaleceu nesta decisão. O Banco Central brasileiro é exageradamente conservador, chagando a irritar.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja