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Scot Consultoria

O déficit em transações correntes


Quarta-feira, 2 de janeiro de 2008 - 10h19

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Ao nível atual da taxa de câmbio era mais que previsível que em determinado momento o jogo iria virar e a balança de transações correntes de superavitária se tornaria deficitária. A balança de transações correntes é composta pela balança comercial, balança de serviços e transferências unilaterais. A balança comercial é que dá o tom de como essa totalização se comportará. Com um câmbio descalibrado chega um momento que o nível de importação cresce em proporções superiores ao crescimento das exportações e o país deixa de ter a principal fonte de recursos para financiar seu balanço de pagamentos. Mesmo com justificativas das autoridades monetárias, apontando que esse é o jogo natural de um câmbio livre, o certo é que o governo não aprendeu com o passado. No início do plano real a moeda brasileira valorizada levou ao déficit na balança comercial e amargamos praticamente seis anos de déficits, que tiveram que ser financiados com endividamento externo. Evidentemente que o nível de reservas cambiais hoje é muito mais confortável, mas o que lamentamos é ter conquistado a duras penas clientes importantes no exterior, e com essa taxa de câmbio, as pequenas e medias empresas simplesmente não sobrevivem. Estamos sim, elitizando nossas exportações, concentrando em poucas e megas empresas. Uma ação mais firme, sem que ferir a lógica do câmbio livre, com política de substituição de importação, tarifas regulatórios, juros diferenciados para setor, podem auxiliar no equacionamento desta questão. Os números dizem, quem tem capacidade em interpretá-los que tire suas conclusões. Insisto: nas contas externas, o passado nos condena.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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