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Scot Consultoria

Com o fim da CPMF surgem inúmeras oportunidades


Segunda-feira, 17 de dezembro de 2007 - 11h42

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


A indesejada CPMF (Contribuição Provisória de Movimentação Financeira) foi extinta, pelo menos por enquanto. Foi, em minha visão, uma vitória da democracia, demonstrando autonomia dos poderes e ao mesmo tempo um excelente momento para um repensar tributário no Brasil. Quando há forte empenho em torno de um determinado assunto, e no caso específico da CPMF, que se tornou uma verdadeira obsessão por parte do governo, a visão do todo fica restrita, e perde-se a oportunidade de um olhar mais crítico para as inúmeras oportunidades que se apresentam. O corte inicial no orçamento possibilita, por exemplo, uma revisão na qualidade dos gastos públicos. Somos sabedores dos desperdícios, da corrupção enraizada nas mais diversas esferas de governo. Quando há perda de receita, surge uma grande oportunidade de efetuar cortes inteligentes (não aqueles lineares, que por vezes geram falta até de papel sulfite nas repartições públicas). Inibe até mesmo a prática do toma-la-dá-cá tão comum em “negociações” entre o executivo e o legislativo. Outra oportunidade que surge é a busca mais eficaz dos sonegadores. É possível, como vem ocorrendo, aumentar a arrecadação combatendo verdadeiras quadrilhas que abastecem a chamada economia informal. Também deve-se ter um olhar em relação aos inadimplentes, e de maneira mais ágil, trazer recursos até então represados pela falta de pagamento e que se perdem no excesso de burocracia do setor público. Entendo que uma das maiores oportunidades é uma discussão e implementação no curto prazo da reforma tributária. Um modelo que simplifique o sistema tributário e ao mesmo tempo desloque a forte incidência dos tributos da produção e consumo para os ganhos de capital, garantiria maior arrecadação sem que a cada momento o governo tivesse a necessidade de passar o chapéu como foi à característica da negociação da CPMF. O que foi feito até agora é muito pouco em face às necessidades econômicas do país. E por último surge uma outra oportunidade, a de identificar os sofismas do atual governo, pois os discursos atuais vão no sentido de atribuir ao fim da CPMF o caos na saúde, o não avanço dos projetos sociais e um cem número de outras necessidades da população. As ameaças existem, somente os sábios as transformam em oportunidades.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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