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Scot Consultoria

O petróleo é nosso


Segunda-feira, 12 de novembro de 2007 - 09h58

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O anúncio da descoberta de reservas petrolíferas, que pode levar o Brasil a décima segunda posição no ranking mundial dos países produtores de petróleo, nos remete a pensar na revisão de toda a estratégia em curso quanto a matriz energética brasileira. Vamos retirar da análise o componente político que envolveu esse anúncio, afinal foi uma semana de fogo cruzado contra a Petrobrás em função da crise do gás e a reaproximação com a Bolívia. O que foi constatado é que esse anúncio mudou em 180 graus a percepção sobre a estatal brasileira. A questão central é: haverá por parte do governo uma revisão na forma de sustentar o crescimento econômico em níveis necessários para que o país caminhe para o desenvolvimento econômico? Quando se fala em sustentar o crescimento, trata-se da infra-estrutura como um todo, contudo, sem energia não há sustentação. Já observamos esse gargalo no período do apagão e sentimos na pele o quanto é custoso ao país e a toda sociedade o racionamento de energia. Os planos de longo prazo do governo têm se apresentado muito mais como cartas de intenção do que um efetivo instrumento de ações concretas que permitam que a matriz energética brasileira caminhe par e passo com as necessidades do mercado. Neste momento, por exemplo, o país sofre com a questão do gás natural, exatamente porque foi incapaz de desenvolver um plano B, que fosse capaz de apresentar alternativas a crise instala há meses. Com mais petróleo e ao preço praticado no mercado colocaremos em segundo plano a busca de energias alternativas? A questão ecológica estará à frente dos interesses econômicos, ou também essa questão será tratada secundariamente? A descoberta da Petrobrás é muito bem vinda, contudo, não pode de maneira alguma, encobrir a real necessidade de o país planejar e agir para que o conhecido e anunciado gargalo energético não seja a realidade. O pior planejamento é aquele que não existe.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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