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Scot Consultoria

O dólar barato


Segunda-feira, 22 de outubro de 2007 - 08h59

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


A cotação do dólar tem oscilado na casa dos R$ 1,80. Os valores têm atingido níveis de sete anos atrás. Afinal, o que tem levado o dólar a ficar tão barato? Primeiramente o dólar perde fôlego no mundo tudo. Estratégico ou não por parte dos Estados Unidos, o fato é que o dólar se desvaloriza frente as principais moedas internacionais e isso acontece também no Brasil. Além desse aspecto o Brasil continua com bom saldo comercial. Se vale da boa demanda mundial e consegue compensar a defasagem da cotação com aumento de preços em dólares. Evidentemente que somente as grandes corporações conseguem se manter no mercado exportador, mas no olhar agregado, o saldo é favorável ao Brasil. Tem um fator primordial para entrada de dólares no país: a excelente taxa de juros interna, combinada com baixo nível de risco. É um oásis para o especulador estrangeiro. Aportam seus recursos no país, remuneram em níveis que podem ultrapassar o dobro do que conseguiriam em outros mercados, sendo que a exposição ao risco é muito baixa. Isso tudo em um ambiente de elevada liquidez, isto é, com sobra de recursos no mundo todo. Soma-se a isso tudo o enorme potencial do mercado brasileiro para o investimento produtivo. O resultado desses fatores combinados: elevada oferta de moeda estrangeira e baixa demanda. A cotação cai. Riscos? Bem, os exportadores observarão, com já observam, perda de espaço. O lado bom? Empresas podem e devem se modernizar, importando máquinas e equipamentos e o consumidor poderá um final de ano dos importados. No curto prazo tudo pode ser contornado, mas ao longo do tempo, o nível de atividade interna pode ser afetado e com isso perda de importantes vagas no mercado de trabalho. A queda dos juros poderia ser o primeiro e importante passo para reverter esse quadro. Mas infelizmente não é assim que pensa o Banco Central.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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