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Scot Consultoria

R$ 700 bi nas mãos do governo


Segunda-feira, 15 de outubro de 2007 - 11h12

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


A Associação Comercial de São Paulo acompanha através do “impostômetro” o nível médio de arrecadação de diária de impostos em todas as esferas de governo. O impostômetro foi desenvolvido a partir da previsão de arrecadação média diária dos governos federal, estadual e municipal. O valor de R$ 700 bilhões será alcançado agora, com 28 dias de antecedência se comparado ao ano passado. Ao analisar a magnitude dessa arrecadação nos vem a pergunta: em que efetivamente esse volume de recursos é gasto? Na rubrica custeio, os recursos são canalizados para sustentação da “máquina” pública, com evidente desperdício de recursos, quer no abrigo dos chamados “cabide de emprego”, quer na corrupção e até mesmo na ausência de gestões modernas e centradas em resultados. É só analisar o caos na saúde, e ainda a queda na qualidade de ensino público. Como os recursos são gastos sem qualidade e muito acima do aceitável, sobra muito pouco para investimentos. Além do baixo volume de recursos para ser aplicado em infra-estrutura, construções de escolas, hospitais, estradas, entre outras, também chama a atenção o desperdício. Obras inacabadas, hospitais sem equipamentos, corrupção, lentidão, são as principais características da destinação de boa parte dos recursos públicos para investimento. Além do custeio e do investimento o governo gasta, e muito, na rolagem de sua dívida. A sociedade é penalizada para que o governo alcance o denominado “superávit primário”, e essa sobra é toda ela consumida pelos juros na rolagem das dívidas interna e externa e o que é pior, ainda insuficiente para cobrir a totalidade dos juros gerados, o que acaba elevando o endividamento do estado. Conclusão: poderia ser qualquer valor o nível de arrecadação, pois o que está em jogo não é volume arrecadado, mas sim a falta de gestão, aliada aos descontrole, e a impunidade. A sociedade organizada resta somente conscientizar. Esse é um dos propósitos do impostômetro.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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