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Scot Consultoria

Os efeitos conjuntos das políticas fiscal e monetária


Sexta-feira, 24 de agosto de 2007 - 16h02

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Política fiscal refere-se ao controle por parte do governo do volume arrecadado (política tributária) e os gastos públicos. Política monetária refere-se ao controle dos instrumentos monetários tais como: moeda em circulação, taxa de juros, emissão de títulos públicos, reservas compulsórios, enfim, monitoramento da liquidez do mercado. Ambas são aplicadas no sentido de controlar a economia. Quais seriam os efeitos previsíveis da aplicação conjunta dos dessas políticas? Primeiramente vale esclarecer que as ambas podem ser utilizadas para retrair ou expandir a economia. Analisemos a política fiscal. Tributar mais e gastar menos, tem um efeito positivo sobre as contas públicas, evitando a injeção de dinheiro "frio" no mercado, além de evitar o crescimento do endividamento público. Um governo capaz de administrar suas contas não causa desequilíbrios. Mas há um efeito negativo: o governo não fomenta a expansão econômica. Ao retirar renda das pessoas, tributando mais, e restringe seus gastos, não oxigena o mercado com recursos importantes que garanta o crescimento econômico, sem contar a elevação de preços à medida que os tributos são repassados ao consumidor final. Isso nos indica que esse controle deve estar na dose certa, permitindo o perfeito funcionamento do sistema econômico. A política monetária, através de seus instrumentos, pode injetar mais ou menos crédito no mercado. Nesse sentido os juros básicos caem, entretanto o compulsório é extramente elevado e os juros na ponta não caem na mesma proporção e velocidade da queda dos juros básicos. Como o Banco Central opera no sentido de atingir a meta de inflação na casa dos 4% ao ano e tudo indica que chegaremos lá, em havendo pleno controle das variáveis econômicas, fica evidente que o governo poderia "afrouxar" tanto a política fiscal como a monetária. Infelizmente não é isso que se observa. No ano passado a carga tributária ultrapassou os 34% do Produto Interno Bruto, os gastos em investimentos ainda estão represados, apesar do Programa de Aceleração do Crescimento, e a política monetária ainda é restritiva, principalmente em relação à taxa de juros básica e o nível atual de compulsório. É preciso muita competência para combinar as políticas aplicando-as na dose certa.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é Conselheiro do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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