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Scot Consultoria

Pés no freio e no acelerador ao mesmo tempo


Sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007 - 15h38

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


Em uma leitura atenta da ata do Copom – Comitê de Política Monetária ficou evidente que não há a mínima sintonia entre o que pensa e deseja o Presidente Lula e sua equipe de assessores, e o que pensa e deseja Henrique Meirelles, presidente do Banco Central e sua equipe. Isso já foi observado quando da redução dos juros em 0,25 ponto percentual logo em seguida a divulgação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A ata do Copom divulgada nesta Quinta-feira confirmou esse distanciamento. Pasmem: o Banco Central vê sinais de “robusta” recuperação da economia. Utiliza-se dos indicadores de compras de bens de capital, cenário externo e crescimento nas vendas no comércio para definir, o que podemos chamar de conservadorismo na condução da política monetária, retardando a redução mais contundente da taxa básica de juros. Se esqueceram de analisar o pífio crescimento econômico do ano passado, que nas melhores das hipóteses ficará em 2,8%. Também não levaram em consideração a projeção de crescimento para este ano, que se tudo correr bem se situará em torno de 3,5%. Deram pouca importância a queda de vendas da indústria, que em termos reais foi negativa em 0,33%. Além disso, todos os indicadores de nível atividade industrial estão em queda e o setor primário agoniza. Se tudo isso não bastasse, só a intenção do governo em elaborar um programa de aceleração da economia falaria por si só. Ora quem edita medidas para levar o país a crescer é que está insatisfeito com o desempenho atual. A imagem que retrata esse comportamento do Banco Central é a de um motorista que conduz seu veículo com os pés no acelerador e no freio, acionando-os ao mesmo tempo. Não vai chegar a lugar algum e ainda corre o risco de danificar o veículo. Ou o governo Lula tem uma única linguagem ou o PAC fará água antes do tempo. Ainda dá tempo de mudar esse comportamento.
Reinaldo Cafeo - 44 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é delegado do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online
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