Não deu outra: o Banco Central manteve sua postura conservadora e baixou a taxa básica de juros em modesto 0,75 ponto percentual.
Com a taxa básica chegando a 16,5% ao ano o Brasil pratica a maior taxa de juros real do mundo.
A taxa real é obtida descontada a inflação. Neste caso o cálculo leva em consideração a projeção da inflação para os próximos doze meses.
O Brasil tem uma taxa real de 11,6% ao ano. O segundo país é Cingapura, com taxa real de 7% ao ano. Depois vem a Turquia com 5,2%, China com 5% e México com 4,3%.
Observem que a taxa brasileira é mais que o dobro da taxa chinesa.
Sem desenvolver uma análise mais profunda de qual a dimensão da taxa de juros brasileira, vou me concentrar em um indicador: crescimento econômico. Racionalmente quem irá investir no setor produtivo do país se, sem maiores esforços, o “prêmio” pago para aplicar em títulos públicos representa praticamente o dobro do praticado no mercado internacional? A resposta nós sabemos.
Enquanto isso há quem entenda que tudo vai bem. Vai bem para quem? Só se for para os grandes conglomerados econômicos, pois o restante das empresas, notadamente as pequenas e médias, fazem “tripas coração” para suportar a elevada carga tributária e essa taxa de juros absurda.
O Banco Central não ouve nem o Presidente da República.
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