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Scot Consultoria

Olhar microeconômico: a crise política já afetou a economia


Terça-feira, 26 de julho de 2005 - 19h34

Economista, especialista em engenharia econômica, mestre em comunicação com a dissertação “jornalismo econômico” e doutorando em economia.


O que dita o ritmo de nosso dia-a-dia é ambiente microeconômico. É nele que percebemos se vendas vão bem, se as pessoas estão otimistas ou pessimistas, é o mundo real que gera emprego, renda, em há compra e venda produtos. Se nos fixarmos em eventual “blindagem” da economia, com nossas reservas cambiais em níveis consideráveis ou ainda na ausência de nervosismo nos mercados de câmbio, juros e até mesmo no mercado acionário, poderemos ser induzidos a imaginar que o país caminha ileso a tudo que vem ocorrendo no campo político. Lamentavelmente não é essa a realidade. Comerciantes estão adiando suas compras. A indústria já sofre conseqüências do baixo abastecimento do mercado interno. Mesmo no comércio exterior nos valemos de menos de mil empresas para sustentar os bons resultados da balança comercial. Existe, na prática, elementos objetivos, ditados pela elevada carga tributária e a exorbitante taxa de juros, que de certa forma o meio empresarial criou alguns anticorpos importantes, que permitiram contornar momentos mais difíceis no tocante às vendas, mas o que está pegando agora é o elemento subjetivo: há um efeito psicológico ruim. Uma sensação que a coisa não tem fim e nesse contexto não há quem tenha coragem que gastar (em consumo ou investimento) um “tostão” acima do previsto. Resumo da ópera: a combinação dos dois elementos, objetivos e subjetivos, leva a paradeira geral. Não sou pessimista quanto à economia nacional, pelo contrário, entendo que estamos em cima de um tesouro que por vezes somos incapazes de explora-lo, mas também avalio que as denúncias são graves e a impecável cobertura da mídia, fazendo honrosamente seu papel, têm levado ao um desgosto que enseja esse pessimismo. Resta-nos torcer para que haja maior velocidade nas apurações e que possamos retomar o caminho da recuperação. No mundo real infelizmente a coisa ta pegando e a crise política já afetou a economia. Reinaldo Cafeo - 43 anos, economista, professor universitário, pós-graduado em Engenharia Econômica, mestre em Comunicação. Atualmente, é delegado do Conselho Regional de Economia - CORECON, consultor empresarial nas áreas econômico-financeira, diretor da Associação Comercial e Industrial de Bauru, perito habilitado para atuar em processos na Justiça do Trabalho e Cível (perícia econômico-financeira), vice-diretor da Faculdade de Ciências Econômicas, comentarista econômico da TV GLOBO e da 94fm Bauru e Diretor do Escritório de Economia ECONOMI@ Online.
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