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Scot Consultoria

Problemas... problemas! Parte II


por Otaliz

Quinta-feira, 27 de novembro de 2008 - 23h28

É médico veterinário e instrutor do Senar – RS.


Na edição anterior deste informativo, referi-me que a queda dos preços pagos pelo leite no último mês causou uma certa frustração nos produtores da região noroeste do Rio Grande do Sul. Expliquei que, no meu conceito, essa redução de preços se deve ao fato que, motivados pela implantação de novas e grandes indústrias de laticínios nesta região, os produtores investiram de forma consistente em seus rebanhos e aumentaram significativamente o volume de produção. No entanto algumas dessas novas empresas estão apenas iniciando a captação de leite e a maioria ainda está em fase de construção. Conseqüência: aumento substancial da oferta sem o concomitante crescimento do consumo. Considere-se ainda que essas novas indústrias estão focadas nas exportações de lácteos, o que obviamente ainda não está ocorrendo. PROTESTO A Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais promoveu um enorme movimento de protesto. Em Ijuí, cidade onde vivo, uma assembléia reuniu aproximadamente 4.000 produtores leiteiros de diferentes cidades da região a fim de debaterem a questão dos preços e protestarem contra as indústrias de laticínios que atuam na região. “... no meu conceito, a redução dos preços pagos aos produtores trata-se de um desequilíbrio da “velha” lei da oferta e da procura. Ao que tudo indica, trata-se de uma situação eventual, passageira. Se bem que, a crise econômica dos países do primeiro mundo poderá ter reflexos negativos às exportações brasileiras.” Após discursos inflamados, os participantes realizaram uma passeata até os portões da indústria local. Nada contra mobilizações, pois é justo que os produtores se unam a fim de manifestarem suas queixas e reivindicações. Mas, a meu juízo, há dois aspectos que precisam ser melhor avaliados. Primeira questão: a responsabilidade pela queda nos preços do leite deve ser atribuída exclusivamente às indústrias de laticínios? Seria uma atitude espontânea e danosa dessas empresas? Neste caso, penso que não. No artigo anterior e na introdução deste, já expus aquelas, que no meu conceito, são as causas básicas da redução dos preços pagos aos produtores. Em síntese, trata-se de um desequilíbrio da “velha” lei da oferta e da procura. Ao que tudo indica, trata-se de uma situação eventual, passageira. Se bem que, a crise econômica dos países do primeiro mundo poderá ter reflexos negativos às exportações brasileiras. A segunda questão é mais preocupante. Na pauta de reivindicações, as lideranças sindicais que representam os produtores, propõem que as indústrias estabeleçam um preço único para todos os produtores. Por conseqüência, os fatores escala, constância e qualidade do leite não seriam considerados na formação do preço. Bem, aqui as coisas se complicam!
Otaliz de Vargas Montardo é médico veterinário e instrutor do Senar – RS
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