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Scot Consultoria

Estação reprodutiva: benefícios técnicos gerenciais


Quarta-feira, 30 de julho de 2008 - 11h08

Zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.


Pensar em concentrar o período reprodutivo de um rebanho vai além do planejamento específico da reprodução. Todo controle de indicadores de desempenho e a programação operacional e comercial de uma fazenda de pecuária de corte são determinadas, principalmente, pelo período de nascimento dos animais. Considerando um rebanho sem estação reprodutiva definida, podemos supor que ocorrem nascimentos ao longo de todo o ano. Em outras palavras, teríamos animais de todas as idades e categorias no rebanho em todas as fases do ano, o que seria de difícil organização e controle operacional. Dependendo da escala de produção, essa problemática é ainda agravada, sendo praticamente impossível programar as vendas e descartes. Talvez a maior desvantagem, desconsiderando que o nascimento em épocas aleatórias prejudica o desempenho das crias, diz respeito à dificuldade do controle zootécnico e sanitário do rebanho, bem como ao processo de identificação dos melhores indivíduos durante processo de seleção. ESTAÇÃO REPRODUTIVA E MANEJO Naturalmente, a época de concepção se concentra nos períodos de maior abundância de alimentos (primavera-verão). Ou seja, as fêmeas concentram a prenhes nos meses entre setembro a março, ainda que possam conceber durante qualquer período do ano, dependendo das variações de clima de cada região e da disponibilidade de pasto das fazendas em particular. Nesse sentido, o estabelecimento de uma estação de monta reduzida (geralmente de 90 dias) é uma decisão de gestão. A concentração dos nascimentos na época mais adequada do ano resulta em lotes mais uniformes de bezerros e permite a adoção de diferentes práticas de manejo, que visam a redução da mortalidade e o aumento do peso à desmama. Essa concentração de parições, além de disciplinar as atividades rotineiras de manejo reprodutivo, facilita também a adoção de outras práticas, tais como a desmama precoce, a suplementação dos bezerros, manejo do plantel de matrizes e reprodutores, entre outras. Adicionalmente, a estação reprodutiva permite maior período de descanso para recuperação de touros e matrizes, proporcionando condições mais favoráveis ao aumento dos índices de fertilidade. Assim, por meio de exames programados, machos e fêmeas subférteis podem ser identificados e descartados. ESCOLHA DO PERÍODO REPRODUTIVO A escolha da estação de monta depende de diversos fatores, tais como condições climáticas, disponibilidade de pastagens, mão-de-obra, época adequada para o nascimento dos bezerros e finalidade da produção. Um exemplo. Vamos considerar a estação de monta de 90 dias, entre os meses de outubro e dezembro, conforme a tabela 1. A estação reprodutiva coincide com a época de maior disponibilidade e qualidade de pasto, proporcionando melhores condições para o restabelecimento da atividade reprodutiva. Como o intervalo parto-concepção (período de serviço) deve ser maior em novilhas de primeira cria, recomenda-se que o início e o término da estação de monta para novilhas nulíparas sejam antecipados em pelo menos 30 dias, em relação ao das vacas. A parição está programada para os meses entre julho e setembro (seca), quando a incidência de doenças e verminoses é menor. O estabelecimento da estação reprodutiva, desta forma, permite uma pressão de seleção maior sobre a fertilidade das fêmeas e, assim, diminuição do período de serviço. Mas, principalmente, contribui para o planejamento operacional e gestão do negócio.
Ivan B. Formigoni é zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.
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