• Sábado, 27 de abril de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Seleção como ferramenta de suporte à produção


Sexta-feira, 30 de maio de 2008 - 12h24

Zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.


Podemos dizer que os processos de cria, recria e engorda são bem definidos, principalmente no sistema extensivo. São atividades com base sólida nas experiências de gerações de pecuaristas e que também evoluem com a incorporação de novas técnicas que visam maior produtividade do rebanho. Aí cabe avaliar, dentro de cada processo produtivo, quais os gargalos que interferem na eficiência da produção. Talvez iremos descobrir que o principal foco não esteja nas atividades relacionadas aos processos de cria, recria e engorda, mas no que chamamos de atividades de suporte. Certamente deve-se definir o que são atividades de suporte para uma boa produção, mas, em resumo, estas atividades estão relacionadas à genética (seleção), à nutrição, ao manejo e à sanidade. Como esta coluna trata do melhoramento genético, vale saber onde esse trabalho de seleção é incorporado dentro dos processos de produção e, principalmente, o que esperar dele. O melhoramento genético é incorporado ao rebanho pelo processo de cria. Ou seja, a decisão de seleção visando à melhoria das características de interesse surge do uso de material genético superior nos rebanhos de cria. A partir daí, esse animal melhorado geneticamente será produzido seguindo as demais fases de produção. Seu desempenho será medido pelo potencial de produção e pela capacidade do meio ambiente (nutrição, sanidade e manejo oferecidos) de suportar a expressão deste potencial genético. A figura 1 ilustra os processos de produção no tempo e enfatiza o período do ciclo produtivo (neste caso considerando a idade de abate aos 36 meses). O fato é que podemos construir indicadores para cada processo e, claro, avaliar os pontos fortes e fracos de cada etapa e onde a atividade denominada suporte (genética, nutrição, manejo e sanidade) pode contribuir para elevar tais indicadores. Veja pela figura que a recria e a engorda são as fases mais longas do processo produtivo e que, somadas à taxa de desmama (indicador do processo de cria), podem ser consideradas como pontos chaves do sucesso da atividade. Encurtar o ciclo de produção (recria-engorda) é resultado do esforço conjunto das atividades de suporte, que culminam, por exemplo, na maior taxa de ganho de peso diário (tabelas 1 e 2). Atingir os valores médios de ganho de peso diário para encurtar o ciclo da recria-engorda requer uma boa genética originada do plantel de cria, somada às atividades de manejo e nutrição subseqüentes. A visão segmentada do negócio vale para apontarmos os entraves de cada etapa, embora à análise do ciclo de produção como um todo é primordial para enxergarmos onde estamos e onde queremos chegar.
Ivan B. Formigoni é zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja