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Scot Consultoria

Tamanho adulto de vacas : Eficiência de produção parte I


Quinta-feira, 11 de outubro de 2007 - 09h11

Zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.


O tamanho adulto de vacas é tema comum nas discussões de pecuaristas atentos a eficiência de produção. Além de relevante, este assunto pode ser considerado polêmico, uma vez que o tamanho ideal de vacas de um rebanho é dependente das condições de cada sistema produtivo. No melhoramento genético de bovinos de corte tem-se discutido se a prática de seleção, que enfatiza o aumento no ganho de peso, pode apresentar antagonismos com as características de precocidade (crescimento, sexual e de terminação). É fato que a aplicação de critérios de seleção direcionados ao maior peso para venda, por muitas gerações, tem despertado preocupação de que os rebanhos estejam sendo submetidos a um aumento indesejável no tamanho adulto. Essa discussão surge da expectativa que animais maiores sejam mais tardios e exigentes em termos nutricionais, ou seja, demandam mais tempo para entrar em reprodução, atingir tamanho e acabamento de abate. O EQUILÍBRIO: TAMANHO E EFICIÊNCIA A adequação do tamanho dos animais aos sistemas de produção vem sendo procurada, principalmente, como forma de reduzir custos e ciclo de produção. Em geral, em ambientes livres de abundante, rebanhos de tamanho corporal maior tendem ser mais produtivos. Contudo, em situações de escassez de recursos, deveriam ser preferíveis animais mais rústicos e de tamanho médio. Vale ressaltar, que o custo de mantença das vacas em um rebanho de cria representa a maior parte dos gastos envolvidos com a produção de bezerros. Dessa forma, os requerimentos nutricionais das matrizes devem ser avaliados. A tabela 1 apresenta o resumo de alguns indicadores de eficiência avaliados em caráter experimental, comparando matrizes de porte médio e grande. De acordo com os dados da tabela 1, verifica-se uma maior demanda energética (nutricional) das matrizes de porte grande, embora o peso médio da cria desmamada seja maior do que das matrizes de porte médio. Cabe avaliar, se os custos adicionais de nutrição e de uma menor taxa de prenhez são compensados pelo maior peso de venda dos animais a desmama. Certamente esta resposta é específica e deve ser analisada pelo pecuarista, em acordo com suas circunstâncias de produção. MELHORAMENTO GENÉTICO E TAMANHO ADULTO DO REBANHO A procura pelo aumento da produção, em valor absoluto, pode provocar respostas correlacionadas indesejáveis, associadas ao aumento do tamanho à maturidade. Entre estas respostas, salienta-se o aumento dos custos de mantença, diminuição da taxa de maturidade, redução da eficiência reprodutiva e aumento da probabilidade de ocorrência de dificuldades de parto. Outros prejuízos poderão ocorrer na harmonia e funcionalidade do animal, importantes para a adaptabilidade dos animais ao ambiente. De modo geral, o Brasil pode ser considerado um país privilegiado, em função da variabilidade de ambientes disponíveis e que possibilita a exploração de uma grande diversidade de raças de acordo com o objetivo comercial do rebanho. A tabela 2 fornece indicadores de peso adulto estimado para algumas raças de bovinos, com referência à classificação de tamanho (pequeno, médio ou grande). No próximo artigo, algumas referências aos critérios de seleção para avaliar o tamanho adulto de rebanho, como peso adulto, peso ao sobreano, altura de garupa e suas respectivas correlações com outras características.
Ivan B. Formigoni é zootecnista, doutor pela Fzea/USP e colaborador da Scot Consultoria.
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