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Scot Consultoria

Alojamento para bezerros: Por que usar?


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Segunda-feira, 30 de março de 2009 - 11h03


As instalações são consideradas um dos pontos fundamentais dentro da exploração de bovinos leiteiros, portanto devem ser amplas, arejadas, de fácil higienização e voltadas ao maior conforto possível para o animal (proteger contra as chuvas, os ventos e temperaturas extremas). Deverão ainda, atender as legislações federal, estadual e municipal, relativas ao meio ambiente, controle sanitário e segurança. É desejável que o sistema seja eficiente na movimentação, alimentação, manejo dos dejetos, devendo prover um ambiente que ao mesmo tempo seja saudável para os animais e que promova condições de trabalho favoráveis e confortáveis para os funcionários. E por fim, mas não menos importante, deve ser economicamente viável. Nos sistemas de produção de bovinos leiteiros no Brasil, o uso de bezerreiros tradicionais, de alvenaria ou de madeira, ainda é frequente. Entretanto, são instalações que necessitam de investimentos elevados e, na maioria das vezes, são construídos inadequadamente. Na prática, a grande dificuldade no manejo deste tipo de bezerreiro é a higienização e a mão-de-obra. Além disso, observa-se que o uso continuado de uma mesma instalação pode resultar em maiores gastos com medicamentos e menores desempenhos dos animais e, ainda, com aumento significativo das taxas de morbidez e mortalidade, causando enormes prejuízos ao produtor. “É desejável que o sistema seja eficiente na movimentação, alimentação, manejo dos dejetos, devendo prover um ambiente que ao mesmo tempo seja saudável para os animais e que promova condições de trabalho favoráveis e confortáveis para os funcionários. E por fim, mas não menos importante, deve ser economicamente viável.” Na tentativa de sanar estes prejuízos, existem inúmeras maneiras de alojar adequadamente os bezerros. Vale lembrar que, em qualquer tipo de alojamento para bezerras, esta deve possuir local para água, concentrado, leite e feno. A higiene e a desinfecção de baldes e instalações são fundamentais para o sucesso no desenvolvimento das bezerras. CRIAÇÃO A PASTO Neste sistema os bezerros são criados a pasto desde o nascimento, possibilitando reduzir os custos da criação, principalmente em função da mão-de-obra e instalações necessárias. Além disso, apesar dos grandes benefícios da individualização, quando trabalhamos com vacas com bezerro ao pé, não é possível individualizar os bezerros. Nestes casos os bezerros devem ser criados em piquetes e é necessário, para minimizar o risco de doenças, separá-los por faixa etária. O ideal seria a separação em categorias de acordo com a idade: 0 a 30 dias, 30 a 60, 60 a 120 etc. Até 30 dias, as diarréias e os problemas respiratórios são os maiores desafios para os bezerros, enquanto de 30 a 120 dias os problemas serão, na maioria das vezes, a tristeza parasitária e os problemas respiratórios. Desta forma, os lotes de bezerros devem ser pequenos para garantir boa observação e minimizar apromiscuidade entre os animais. USO DE ABRIGOS INDIVIDUAIS OU CASINHAS Os bezerros são criados em casinhas desde o nascimento (12 a 24 horas após o nascimento) até a desmama (com aproximadamente 60 dias de idade). As principais vantagens dessas casinhas são: a facilidade de limpeza e desinfecção e a possibilidade de movimentação das casinhas, o que viabiliza a quebra do ciclo de vida de organismos patogênicos. No entanto, a principal desvantagem do uso da casinha é o desconforto para o tratador de bezerros em dias chuvosos e de frio. Na prática, no manejo dos bezerros nas casinhas o produtor deve estar atento para os seguintes fatores: as casinhas devem ser localizadas em terreno seco e de boa drenagem; as casinhas podem ser de diferentes materiais (madeira, bambu, aglomerados, lona, dentre outros) e as dimensões recomendadas são de 1,20m de comprimento x 1,00m de largura x 1,00m de altura; as casinhas devem ser dispostas de modo a permitir a entrada do sol da manhã, proteger os bezerros contra ventos fortes e evitar que a chuva entre na parte coberta; os bezerros devem ser contidos através de coleira e presos a uma corda (2,00m de comprimento) e a distância entre casinhas deve ser de, pelo menos, 2,50m, evitando o contato entre os bezerros; as casinhas devem ser trocadas de lugar pelo menos semanalmente, evitando que os animais entrem em contato com umidade e fezes. USO DE SOMBRITE: Outra alternativa de instalação para bezerros na fase de aleitamento, desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite, é o uso de sombrite. As primeiras pesquisas evidenciaram que o uso desse material proporcionou bom desempenho dos animais, com resultados semelhantes àqueles mantidos em casinhas. O principal objetivo é reduzir os custos com a confecção dos abrigos e outras instalações. Outro ponto importante é o posicionamento do sombrite (70%): deve ser norte-sul para que o sol, passando por seu topo, faça sombra sobre locais diferentes ao longo do dia, secando a cama e desinfetando o piso. Perceba que as bezerras seguem a sombra ao longo do dia. USO DE ESTACAS Simplificando radicalmente as instalações durante o período de aleitamento, em certas condições climáticas tem sido empregada a contenção dos animais em estacas individuais localizadas em piquete. Tais estacas, às quais os animais são presos por corrente envolta em mangueira, não apresentam qualquer proteção climática, sendo providas apenas de fenil, balde para concentrado e balde para leite e água. As estacas normalmente são deslocadas dentro do piquete a cada três dias, dando condições de pastejo e recuperação da pastagem. O que se procura dentro do sistema de criação com uso das estacas é baratear ao máximo os custos de produção. FINAL A busca de alternativas de instalações simples e de baixo custo, além de redução das taxas de morbidez e mortalidade na criação de bezerros, é uma das principais preocupações de técnicos e produtores. A escolha de uma dessas alternativas de alojamento de bezerros vai depender, principalmente, do número de animais a alojar e de seus custos. ricardo dias signoretti é engenheiro agrônomo, doutor em produção animal, pesquisador científico/ apta colina-sp e consultor da coan consultoria.
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