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Scot Consultoria

Sistema de produção de leite em regime de pastagens


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Sexta-feira, 27 de junho de 2008 - 09h54


O Brasil possui a maior área agricultável e o maior reservatório de água doce do mundo. Possui ainda topografia e condições edafo-climáticas variadas e excelente luminosidade, o que lhe confere condições favoráveis de produzir pasto e forragem conservada, permitindo o aumento do rebanho e da produção de leite de qualidade. Devido a essas riquezas naturais, que garantem alto potencial de crescimento da sua produção (5% ao ano, número que raríssimos países podem ostentar), o Brasil tem uma posição chave no cenário futuro da pecuária de leite mundial. A cadeia produtiva do leite é um dos mais importantes segmentos do agronegócio brasileiro. Porém, a produtividade do rebanho leiteiro, em média, é muito baixa (1.231 kg de leite/vaca/ano e cerca de 800 kg/ha/ano), em virtude do baixo nível tecnológico aplicado nos sistemas de produção. PRODUÇÃO A PASTO A produção de leite em regime de pastagens no Brasil vem crescendo, em virtude do seu baixo custo (entre 2,0 a 5,2 vezes menores que outros alimentos). Um sistema de produção de leite a pasto racionalmente conduzido torna a atividade leiteira competitiva, uma vez que eleva a disponibilidade de forragem e permite sua utilização de forma mais eficiente pelo rebanho leiteiro, visto que diversas pesquisas estimam que entre 50 a 80% das pastagens são perdidas pelos mais diversos fatores, principalmente, pelas características vegetativas das plantas tropicais, que apresentam crescimento rápido e amadurecimento precoce. Devido a essas riquezas naturais, que garantem alto potencial de crescimento da sua produção (5% ao ano, número que raríssimos países podem ostentar), o Brasil tem uma posição chave no cenário futuro da pecuária de leite mundial. As condições ambientais brasileiras permitem a exploração de leite a pasto o ano inteiro, além de permitir a exploração de alto potencial de produção das plantas forrageiras tropicais, quando manejadas corretamente e intensivamente, tem potencial de fornecimento de nutrientes para produções próximas de 12 kg de leite/vaca/dia sem o uso de rações concentradas, o que resulta em um baixo custo de produção e faz com que as pastagens tornem-se um recurso natural que possibilita alta competitividade no uso da terra. Considerando que o potencial médio das pastagens tropicais seja de apenas 8 kg de leite/dia, observa-se que o manejo intensivo da pastagem pode aumentar em 50% a produção de leite/vaca. Entretanto, são vários os fatores que condicionam a produção de leite em uma pastagem. Dentre eles podem se destacar a aptidão leiteira da vaca, a qualidade do pasto, a disponibilidade de pasto (oferta de forragem), o rendimento forrageiro da pastagem (capacidade de suporte), o sistema de pastejo e a suplementação estratégica a pasto. Para o uso dos recursos naturais disponíveis na fazenda com a máxima eficiência, os pecuaristas que exploram a atividade leiteira, devem levar em consideração alguns fatores no processo produtivo, sendo priorizados os seguintes: Locação e adequação da aguada; Subdivisão das pastagens (uso da cerca elétrica); Manejo correto das pastagens; Estratégias de reserva de alimentos para o período de menor oferta de forragem; Controle sanitário correto do rebanho (calendário de vacinação); Registros e controles de todas as atividades (registrar tudo que entra e que sai); Manejo do esterco para seu melhor aproveitamento; Sombreamento das pastagens. No entanto, os produtores de leite devem estar sempre atentos a outros fatores importantes na implantação das tecnologias referentes à produção de leite a pasto. São eles: Análise e correção do solo (pelo menos bianualmente); Adubação de pastagens com adubos solúveis e orgânicos; Conservação do solo e das nascentes; Escolha correta da espécie forrageira; Melhoramento animal – interação genótipo:ambiente; Prática da suplementação com concentrado, buscando-se o máximo de eficiência técnica e econômica; Prática de irrigação em épocas estratégicas. A atividade leiteira é conhecida como sendo um negócio de margens de lucro reduzidas e somente aqueles que conseguirem reduzir os custos de produção e aumentarem o volume de leite comercializado é que conseguirão ficar na atividade. ...as mudanças que estão ocorrendo no mercado mundial de lácteos estão exigindo muitas adequações nos sistemas de produção. Mesmo com aumento significativo no preço do litro de leite pago ao produtor, os custos estão muito maiores, principalmente, dos concentrados e fertilizantes. Os sistemas de produção de leite que utilizam racionalmente a pastagem como fonte predominante de alimentação ou com uso de quantidades moderadas de concentrados em épocas estratégicas, é a alternativa mais viável, em termos econômicos, visto que com o manejo correto dos solos e a adequação da tecnologia às condições climáticas, permitem a produção de forragem de qualidade e em quantidade para grande parte do ano e se necessário utilizar outras tecnologias (suplementação com volumosos e irrigação), tornando a produção de leite a pasto uma das atividades mais competitiva sobre o uso da terra. No entanto, em geral, a resposta produtiva ao concentrado tem variado de 0,5 a 1,5 kg de leite/kg de concentrado, em razão da: disponibilidade e qualidade da forragem, qualidade genética e estádio de lactação do animal. Para situações de baixa resposta produtiva, a suplementação em pastagem só é economicamente recomendável quando o preço do leite excede de pelo menos duas vezes o preço do concentrado. Além disso, as mudanças que estão ocorrendo no mercado mundial de lácteos estão exigindo muitas adequações nos sistemas de produção. Mesmo com aumento significativo no preço do litro de leite pago ao produtor, os custos estão muito maiores, principalmente, dos concentrados e fertilizantes. Diante do cenário atual, a pecuária leiteira deve tomar o rumo para ser cada vez mais competitiva e rentável e, para tanto, deve-se buscar alternativas para aumentar a eficiência de produção. Dentre as diferentes alternativas encontra-se a produção de leite a pasto, corretamente manejada no período primavera/verão e utilizando-se estratégias de suplementação no período outono/inverno, a baixo custo. ricardo dias signoretti é engenheiro agrônomo, doutor em produção animal, pesquisador científico/ apta colina-sp e consultor da coan consultoria.
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