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Scot Consultoria

Produtividade na pecuária de leite a pasto


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Quinta-feira, 29 de maio de 2008 - 21h14


A pecuária leiteira no Brasil vem atravessando um processo de transição, exigindo mudanças estruturais nos sistemas de produção. Se por um lado podemos ver o aumento no preço pago pelo litro de leite ao produtor, por outro também podemos observar um aumento bastante significativo nos custos de produção (adubos, concentrados, entre outros). Diante detse novo cenário e visando tornar a pecuária de leite mais competitiva e mais rentável, a saída seria buscar alternativas para aumentar a eficiência de produção. Dentre as diversas alternativas, citam-se aquelas relacionadas ao aumento da capacidade de suporte das pastagens, através do aumento da taxa de lotação animal e também através da suplementação estratégica. TAXA DE LOTAÇÃO Do ponto de vista teórico, a taxa de lotação é definida como sendo o número de animais pastejando uma unidade de área, por um determinado período de tempo. De forma a facilitar as comparações, o número de animais é transformado em unidades animais, ou seja, 1 U.A. é igual a 450 kg de peso vivo. No entanto, não basta pensar apenas na taxa de lotação animal, sendo mais importante a produtividade animal (kg de leite) por unidade de área: Produtividade/ha = produção por animal x número de animais/ha À medida que almejamos aumentar a capacidade produtiva por área, é necessário utilizar tecnologias que favoreçam maior produção de forragem/hectare. As alternativas que apresentam maior resposta na produtividade de matéria seca são as adubações corretivas e de produção. No entanto, não basta apenas ter quantidade, é necessário melhorar o aproveitamento desta forragem pelo animal, sendo a rotatividade de pastejo um método bastante viável e eficiente, pois ao ser introduzido na propriedade, o sistema de pastejo passa a respeitar a fisiologia da espécie forrageira, tendo assim, menores perdas de matéria seca por área, resultado da maior eficiência na colheita de forragem pelo animal. O objetivo do sistema de produção de leite a pasto é buscar a sustentabilidade, porém, podemos observar em diversas propriedades a degradação precoce das áreas de pastagens, quase sempre causada pela elevada taxa de lotação animal praticada nas áreas. AS GRAMÍNEAS Vale ressaltar, no entanto, que as gramíneas tropicais utilizadas para pastejo geralmente são perenes, ou seja, se tiverem manejo correto, taxa de lotação ajustada, pastejo que “respeite” a altura de entrada e saída dos animais no piquete e reposição correta dos nutrientes extraídos pelo pastejo, poderemos utilizar a pastagem por muito tempo, sem precisar reformá-la. De maneira geral, quando se utilizam apenas gramíneas como fontes de nutrientes para as vacas em lactação, ocorre uma limitação na produção de leite, obtendo no máximo entre 12 e 14 quilos de leite/vaca/dia. Para elevar a produção de leite por animal será necessário fornecer suplementação adicional, aumentando o valor nutricional da dieta consumida, melhorando a produção de leite por animal. Desta forma, podemos observar na figura 1, a necessidade de intensificar o sistema de produção para se obter maior eficiência na produção de leite. Outro fator limitante para a produção de leite a pasto seria a diminuição da produtividade das gramíneas durante o período seco do ano. Algumas gramíneas quando adubadas concentram 90% da produtividade no período das águas (gênero Panicum), sendo assim, faz-se necessário utilizar fontes de volumosos suplementares, suprindo este déficit nutricional. Diante do exposto, fica evidente que à medida que se deseja aumentar a produtividade de leite por hectare, é necessário produzir maior quantidade de forragem por área. Para tanto, é necessário realizar a reposição dos nutrientes no solo e manejar corretamente os pastos, buscando eficiência de pastejo e evitando sub e superpastejos. Por fim, vimos que as gramíneas apresentam duas limitações: estacionalidade de produção forrageira e valor nutritivo limitado. Desta maneira, podemos utilizar a suplementação volumosa e concentrada para contornar estas limitações e, conseqüentemente, aumentarmos a produtividade de leite por área.
rogério m. coan é zootecnista - doutor em produção animal - diretor da coan consultoria e coordenador da divisão técnica da scot consultoria felipe do amaral gurgel é zootecnista - consultor técnico da coan consultoria.
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