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Scot Consultoria

Estação de monta: manejo geral


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Segunda-feira, 27 de novembro de 2006 - 13h29


O Brasil ocupa hoje a liderança mundial na exportação de carne bovina, contudo, vale lembrar que a carne que está sendo exportada atualmente iniciou seu processo produtivo há pelo menos 33 meses, considerando animais abatidos aos 24 meses (menor proporção do total), com a cobertura ou inseminação artificial (IA) da matriz. Com o início das chuvas em todo o Brasil pecuário, ocorre também a rebrota mais vigorosa das plantas forrageiras, condição esta que permitirá a recuperação da condição corporal das matrizes, de forma que as mesmas possam iniciar a nova fase reprodutiva. O estabelecimento da estação de monta é o marco zero no processo produtivo nas propriedades que se dedicam à cria, total ou parcialmente. O tema não é novo e têm sido amplamente discutido nos meios científicos, acadêmicos e da atividade privada, sobre as vantagens do estabelecimento da época de cobertura ou estação de monta, chegando à conclusão que a mesma é necessária, além de benéfica para o processo produtivo como um todo. A implantação da estação de monta é particular e será diferente para cada fazenda, sendo necessária a cuidadosa avaliação das condições pré-existentes na propriedade e do rebanho. É fundamental a definição de um cronograma das atividades a serem executadas, bem como das metas específicas e que considerem as particularidades do pecuarista e da situação atual. Normalmente a estação de monta terá uma duração entre 3 a 4 meses, podendo variar de 60 até 180 dias, em sistemas mais ou menos intensivos, respectivamente. Para sistemas onde o animal tem no pasto a base da dieta, o início ocorrerá, paralelamente, à melhoria das condições das pastagens, em geral novembro/dezembro. Essa estratégia visa equacionar as necessidades nutricionais das vacas, que se recuperam da gestação/parto anterior, uma vez que as mesmas estão produzindo leite para criar o bezerro e necessitam melhorar sua condição corporal, de forma a reiniciar sua atividade reprodutiva. Observe na figura 1 o efeito da condição corporal na porcentagem de prenhêz de matrizes. De maneira geral, o objetivo em um sistema de cria é a obtenção de 1 bezerro/vaca/ano, sendo assim, cada matriz tem aproximadamente 90 dias para emprenhar, considerando que a gestação dura, em média, 280 dias. No caso de novilhas é recomendável que essas iniciem sua estação de monta com antecedência de um mês, comparativamente às vacas. Outras situações são possíveis, por exemplo, a estação de monta invertida ou de outono. Contudo, sua adoção envolve alterações significativas no manejo da fazenda, especialmente no que se refere ao manejo nutricional dessas matrizes, que terão seu período de maior exigência no inverno. Decorridos entre 45 e 90 dias do final da estação de monta, inicia-se o diagnóstico de gestação, normalmente por exame ginecológico via palpação retal. Este exame permite a previsão do nascimento de bezerros, a apartação das vacas em lotes, segundo a previsão para o parto e a identificação de fêmeas não gestantes, bem como o diagnóstico da causa da infertilidade. Além disso, o diagnóstico de gestação permite a identificação de doenças reprodutivas, a estimativa do número de nascimentos e da eficiência reprodutiva, e o mais importante, define o manejo de todas as fêmeas do rebanho, quer sejam produtivas ou não (vazias). Vale ressaltar que as matrizes falhadas são um componente importante da receita das propriedades com rebanho estabilizado. É recomendada a venda imediata das novilhas que não ficaram prenhes, assim como de todas as fêmeas sadias e em bom estado nutricional que ficaram vazias. Neste momento de descarte das fêmeas é preciso considerar os objetivos a serem alcançados, pois no ano de implantação da estação de monta, por exemplo, uma grande parte das vacas pode apresentar-se vazia, sendo que tal fato ocorre mais em função da implantação da estação de monta do que da presença de problemas reprodutivos. Com relação aos benefícios da estação de monta, estes podem ser resumidos em: - Maior uniformidade dos bezerros para venda; - Menor incidência de endo e ectoparasitas (depende da época dos nascimentos); - Informações seguras para a tomada de decisão, especialmente o descarte; - Menor mortalidade de bezerros; - Concentração das atividades operacionais na propriedade; - Identificação de sub-fertilidade no rebanho.
rogério m. coan é zootecnista - doutor em produção animal - diretor da coan consultoria e coordenador da divisão técnica da scot consultoria felipe do amaral gurgel é graduando em zootecnia pela unesp/botucatu e colaborador da coan consultoria
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