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Probióticos na produção de bovinos

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Terça-feira, 14 de março de 2006 - 13h28

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A demanda de alimentos para atender as necessidades da população mundial requer uma produção intensiva, sem descuidar dos aspectos sociais, ambientais e de segurança alimentar. Embora, atualmente haja sobra de alimentos para atender a população mundial, a má distribuição da renda faz com que boa parte da população sofra de desnutrição.

A previsão da FAO (órgão das Nações Unidas para questões relacionadas à agricultura e alimentação) sobre a taxa de crescimento populacional mundial e, possivelmente a escassez de água e terra para a produção agrícola, indica que a produção de alimentos atingirá níveis insuficientes nas próximas décadas. Diante desta condição, a bovinocultura de corte continuará a demandar grande desenvolvimento tecnológico para transformar a menor quantidade possível de forragem em proteína de excelente qualidade, de forma que os bovinos não venham a competir com os seres humanos por alimento.

A busca pela melhor eficiência produtiva objetivando um maior retorno econômico da atividade pecuária, faz com que exista um crescente interesse no estudo de aditivos que possam ser utilizados nos suplementos e rações dos animais, de forma a trazer benefícios, seja através do estímulo ao consumo de forragem ou por promoverem uma melhor condição sanitária, conferindo proteção e saúde aos animais.

Dentre os aditivos que vem sendo utilizados nos suplementos e rações para bovinos, grande atenção tem sido direcionada ao uso dos probióticos, que se enquadram em funções distintas, influenciando positivamente sobre a sanidade dos animais e, conseqüentemente, sobre seu desempenho.

Conceitualmente, os probióticos têm sido utilizados para designar um suplemento alimentar composto de cultura pura ou composta de microrganismos vivos com a capacidade de se instalar e proliferar no trato intestinal, inibindo as bactérias patogênicas causadoras de diarréias e enterotoxemias.

VANTAGENS

A principal aplicabilidade dos probióticos direciona sobre a fase inicial de aleitamento dos animais, uma vez que a falta de imunidade e de adaptação ao ambiente (nutrição e sanidade), acarretam diversos transtornos metabólicos que ocasionam a instalação de microrganismos indesejáveis no trato intestinal. Os principais microrganismos que compõem os probióticos são pertencentes aos gêneros Streptoccoccus, Lactobacillus, Bacillus e Saccharomyces.

A ação destes microrganismos ocorre através da inibição, por exclusão competitiva, das bactérias indesejáveis (Escherichia coli, Staphylococus spp., etc.) ou através da produção de substâncias antimicrobianas capazes de promover uma alteração do pH intestinal (tornando-o mais ácido), condições essas que favorecem o desenvolvimento dos microrganismos que são benéficos ao hospedeiro (animal), com aumento na eficiência alimentar e, conseqüentemente, do ganho de peso.

Além disso, o uso de probióticos na produção de bovinos tem tido grande expansão na alimentação animal, em função da crescente campanha, em todo o mundo, contra o uso de antibióticos (monensina sódica, lasolicida sódica, salinomicina, etc.), aumentando a necessidade por aditivos alternativos que promovam uma melhor condição sanitária do plantel.

CONSIDERAÇÕES

Nos dias atuais, tem ocorrido uma tendência da intensificação da produção de bovinos, na busca de maior eficiência produtiva. Nesse novo cenário, o confinamento tem assumido posição de destaque, pois se por um lado acarreta ganhos em eficiência produtiva, por outro promove uma maior disseminação de microrganismos indesejáveis, pelo contato direto dos animais. Essa situação dificulta o controle dos patógenos, principalmente quando já se encontram instalados. Desta forma, a utilização de probióticos mostra-se, também, como uma alternativa promissora, prevenindo sua instalação e proliferação, sendo uma medida de controle eficaz.

Por fim, em função das adversidades nos resultados de pesquisa, diversas questões sobre a adição destes micro-ingredientes ainda não foram elucidadas e mais pesquisas são necessárias para determinar a viabilidade das espécies de microrganismos presentes nos probióticos sobre o efeito nos animais, quanto aos mecanismos de ação sobre a saúde animal e a possibilidade de substituição dos antibióticos comercialmente utilizados.
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