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BRF ajuda a pagar casa para atrair mão de obra


Segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011 - 09h51

Para tentar contornar a dificuldade de preencher mais de 4 mil vagas em aberto no País, a BRF - Brasil Foods planeja construir unidades habitacionais em torno de suas fábricas. O desafio não é só encontrar pessoal, mas mantê-lo na empresa. A competição acirrada entre as indústrias do setor e de outros segmentos da economia está forçando as empresas de aves e suínos a encontrar soluções criativas para atrair mão de obra. O plano é tocar o projeto em parceria, com subsídio parcial dos governos locais. A ideia da empresa é construir cerca de 6.100 unidades até 2015, sendo 2.000 em Santa Catarina, 1.270 no Rio Grande do Sul, 1.300 em Mato Grosso, 570 em Goiás, 500 em Minas Gerais e 400 no Paraná. A empresa está ampliando um programa testado em localidades como em Lucas do Rio Verde (MT), onde subsidia o aluguel de funcionários. A BRF diz que esses projetos geram custos, mas não chegam a pesar negativamente sobre margens da companhia por conta da contrapartida. "Os gastos com as unidades habitacionais acabam compensando os custos com transportes de longa distância e também acarretam ganhos na produtividade desse trabalhador", afirma a empresa, por meio da assessoria de imprensa. A BRF não abre os números desses custos, mas gastou no terceiro trimestre do ano passado R$ 439,328 milhões em salários, encargos sociais e outros custos trabalhistas, conforme demonstrativo do fluxo de caixa do período. A companhia emprega 115 mil funcionários em todo País. Para o pesquisador da divisão de Aves e Suínos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Marcelo Miele, a disputa pelos trabalhadores deixou de ser meramente uma questão de salário. A discussão hoje inclui benefícios, transporte e também habitação. Ele entende que essa nova dinâmica para atrair mão de obra pode acarretar em custos mais elevados em determinados momentos, mas tudo vai depender da estratégia da companhia. "Cada empresa vai fazer um balanço do que é mais viável para ela", diz. A BRF enfrenta dificuldades para encontrar trabalhadores em vários municípios onde atua. "Em alguns casos, precisamos ‘importar’ funcionários de cidades e até de Estados vizinhos, acarretando aumento de custos com transporte", explica a companhia. Trabalhador ‘importado’. A unidade da companhia em Marau (RS), por exemplo, possui cerca de 3 mil funcionários, mas a metade dos trabalhadores mora em municípios vizinhos. Desse total, quase 500 moram a 65 quilômetros ou mais da fábrica - há funcionários que percorrem 110 quilômetros para chegar ao trabalho. Em algumas regiões do País, a disputa por mão obra é ainda mais acirrada entre as indústrias do setor. Das vagas da BRF em aberto, a maior parte está no Sul, com 1.735 postos de trabalho, seguido do Centro-Oeste, com 1.461 vagas, e Nordeste, com 137 oportunidades. O Sul é responsável por 55% de toda a produção de frangos e suínos do País, conforme dados da Embrapa. A região também tem a maior concentração de empresas avícolas e suínas, como Seara/Marfrig, Aurora, Diplomata e Doux Frangosul. Além disso, conforme a BRF, principalmente para os cargos denominados "chão de fábrica", onde são pagos os salários-base, há a concorrência de setores como construção, serviços, postos de gasolina e transportadoras, entre outros. Fonte: O Estado de São Paulo. Por Suzana Inhesta. 14 de fevereiro de 2011.
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