Consumidor deverá pagar mais por diesel com menos enxofre

O consumidor deverá pagar um pouco mais caro pelo diesel S-50, que será adotado a partir do ano que vem em carros com motores específicos para esse tipo de combustível. O vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Alisio Vaz, ressaltou que inicialmente serão volumes pequenos, que serão distribuídos por caminhão, aumentando o custo devido ao transporte. “Ele é mais caro intrinsecamente por ser de melhor qualidade, e esse custo logístico vai ter o ônus também. Não vai poder ser transportado em dutos no início, os volumes vão ser pequenos. Vai ter que ser transportado de caminhão e isso já onera o custo de diesel”, frisou Vaz, que participou de evento no Rio. O executivo, que vai assumir em abril a presidência do Sindicom, disse que a Petrobras ainda não anunciou ainda qual será a diferença de preço em relação aos demais tipos de diesel, mas prevê uma diferença em torno de 10%. Atualmente, no Brasil são comercializados o S-500 nas capitais e o S-1800 no interior. O S-50, com 50 partes de enxofre por milhão, é comercializado em capitais nas frotas de ônibus, mas terá que ser distribuído em todo o país a partir de janeiro do ano que vem, quando serão comercializados veículos com motores equipados para utilizar esse tipo de combustível. “É complexa essa equação de pegar um volume pequeno e disponibilizar em todo o país. É um exercício que vamos fazer junto com ANP e donos de postos. Pode ser um custo de alguns centavos”, ponderou Vaz. “Infelizmente, operar com pequenos volumes tem esse custo adicional”, acrescentou. Vaz espera ainda um bom ano para a revenda de combustíveis. No ano passado foram comercializados mais de 108 bilhões de litros, uma alta de 9,5% frente ao ano anterior. Para 2011, o executivo não espera um crescimento tão expressivo e acredita em uma alta similar ao comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao diesel, com os demais combustíveis acompanhando o avanço da renda da população. “Não deve repetir o crescimento de 2010, mas mesmo assim vamos ter um ano de vendas muito boas”, destacou, lembrando que esta semana deverão estar disponíveis os dados sobre o comportamento do mercado em janeiro. Fonte: Valor Econômico. Por Rafael Rosas. 7 de fevereiro de 2011.
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