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Arroz: preços preocupam produtores gaúchos


Quinta-feira, 27 de janeiro de 2011 - 09h32

A colheita do arroz deve começar nas próximas semanas no Rio Grande do Sul. Os agricultores estão bastante preocupados com o preço do produto, que está abaixo do mínimo estipulado pelo governo. A fronteira oeste gaúcha concentra os dois maiores municípios produtores de arroz do país. Os dois mil hectares do agricultor Luiz Rodrigues ficam em Itaqui. Com a ajuda do clima, a previsão é de que a média de produtividade fique acima da estadual, estimada em oito mil quilos por hectare nesta safra. Mas a notícia de superprodução não está sendo comemorada pelo agricultor. “Mas como não vou estar apavorado se nem o preço mínimo estão garantindo?”, questionou Rodrigues. O preço mínimo estabelecido pelo governo é de R$25,80. Mas no mercado a saca de 50 quilos não passa dos R$23. O arroz já está quase pronto para ser colhido na região. Muitos produtores já começam a colocar as máquinas nas lavouras a partir do dia 10 de fevereiro. Mas como o produto não foi valorizado nem mesmo na entressafra, a preocupação dos produtores é com o preço após a colheita. Para o presidente da Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana, o principal motivo para o preço baixo está na concorrência com o arroz importado do Mercosul, que chega ao Brasil com o preços bem menores. “Eles conseguem produzir com um custo menor não porque os produtores sejam mais eficientes, mas sim devido ao custo/país. O nosso custo/país é maior do que o deles. Nós não temos receio de competir, mas em condições de igualdade e não em condições de desigualdade, como ocorre hoje”, reclamou Walter Arns. Na quarta-feira, representantes dos arrozeiros se reuniram com o Secretário de Agricultura do estado para pedir ajuda ao setor. “Na verdade, o Brasil é autosuficiente na produção do arroz. São 900 mil toneladas que entram no Mercosul por ano, o que abastece quase um mês o Brasil. Esse arroz virou excedente. Portanto, isso contribui para a queda dos preços a nível do mercado interno. Junto com a Federação dos Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul, a Secretaria de Agricultura e o governador Tarso Genro estão tratando com o governo federal para que o governo adquira o produto quando iniciar a safra. Estamos em plena entressafra, há um mês de iniciarmos a colheita, e os preços estão muito baixos. A aquisição seria essencial para que possamos elevar os preços e melhorar a renda do produtor. Também estão sendo pleiteados empréstimos do governo federal para a liquidação dos custeios que começam a vencer na safra atual e outras operações de prêmio de escoamento de produção, de contratos de opção, para que possamos diluir a comercialização do arroz ao longo do ano”, esclareceu Cláudio Fernando Brayer Pereira, presidente do IRGA, Instituto Rio-Grandense do Arroz. A Companhia Nacional de Abastecimento fez na quarta-feira mais um leilão de subsídios para ajudar o escoamento da produção de arroz e garantir, assim, melhores preços aos agricultores. Os recursos obtidos foram suficientes para escoar 52 mil toneladas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Fonte: Globo Rural. 27 de janeiro de 2011.
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