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Frigoríficos do Brasil já têm 36% dos abates do Uruguai


Sexta-feira, 21 de janeiro de 2011 - 09h31

A entrada do Minerva no Uruguai com a aquisição do frigorífico Pul, anunciada na terça-feira, amplia o peso das empresas brasileiras do setor de carnes naquele país e também no Cone Sul. De acordo com levantamento do Instituto Nacional de Carnes (Inac), ligado ao governo uruguaio, as empresas brasileiras que atuam no país têm hoje 29,4% do abate total de gado bovino, que somou 2, 203 milhões de cabeças no ano passado. Como o Pul respondia por 6,6% do abate total, após a venda para o Minerva, as companhias brasileiras terão 36% de participação no abate do país, segundo o Inac. O Minerva só chegou agora ao Uruguai, mas Marfrig e JBS (por meio da Bertin) já estão há algum tempo no país, onde fizeram várias aquisições nos últimos anos. Só a Marfrig comprou quatro empresas no Uruguai: Cledinor, Tacuarembó, Colônia e Inaler. A Bertin adquiriu no país o Canelones em 2006, antes de ser incorporada pela JBS. No Uruguai, a Marfrig tem capacidade de abate de 3.900 bovinos por dia e a JBS, de 1.100 cabeças, segundo informações das assessorias de comunicação das empresas. O Pul, adquirido pelo Minerva, tem hoje capacidade de 1.100 cabeças diárias, mas com a expansão prevista alcançará 1.400 cabeças, segundo o diretor-presidente do Minerva Fernando Galletti de Queiroz. Outro país do Cone Sul onde as empresas brasileiras de carne também têm participação relevante é a Argentina. A JBS entrou no país com a aquisição da Swift Armour, em 2005, mas depois fez várias outras aquisições. Hoje, tem capacidade de abate de 5.700 bovinos por dia no país. Já a Marfrig tem capacidade de abate de 3.900 animais por dia. Três das seis unidades da JBS na Argentina estão temporariamente fechadas e a empresa continua interessada em desfazer-se delas. Segundo fontes que acompanham o assunto, a venda da planta de San José, na Província de Entre Ríos, pode ser fechada em breve. As negociações com o Consorcio Ganadero del Montiel, uma cooperativa de produtores, com participação minoritária do governo provincial, estão avançadas, dizem as mesmas fontes. Como a capacidade total de abate e bovinos na Argentina é de cerca de 17,5 milhões de cabeças por ano, a JBS tem hoje uma fatia de 10% desse total e a Marfrig, de 6%, segundo fontes do setor de carnes naquele país. Os frigoríficos brasileiros também estão no Paraguai. Lá a JBS tem capacidade de abate de 1.000 bovinos por dia e o Minerva, de 700 cabeças diárias. O valor da operação entre o Minerva e o frigorífico Pul é de cerca de US$65 milhões, incluídos os investimentos em modernização e expansão, informa o Minerva. Parte do pagamento da aquisição (cerca de US$14 milhões) será feita com a emissão e transferência de 2, 704 milhões de novas ações ao preço unitário de R$8,75. Fernando Galletti Queiroz disse que o Minerva decidiu investir no Uruguai agora porque o “mercado está mais maduro” e a pecuária vive um ciclo favorável naquele país. Além disso, a aquisição foi feita por um “valor justo”, já que acabou a euforia que provocava uma distorção dos preços de ativos no mercado, segundo o empresário. Com uma unidade localizada na província de Cerro Largo, o frigorífico Pul tem faturamento projetado para 2011 entre US$125 milhões e US$145 milhões, segundo o Minerva. Cerca de 85% das vendas são para o mercado externo, incluindo Estados Unidos e países da União Européia. O frigorífico produz também carne bovina orgânica, produto exportado para os mercados europeu e americano. Segundo Queiroz, a previsão é que o faturamento do Minerva cresça 20% este ano em relação aos R$3, 350 bilhões de 2010. Os números ainda não consideram a receita que virá após a aquisição do frigorífico no Uruguai. A empresa segue olhando outras oportunidades, de acordo com Queiroz, inclusive mirando nova diversificação geográfica. Fonte: Valor Econômico. Por Alda do Amaral Rocha e Daniel Rittner. 20 de janeiro de 2011.
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