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Embarque de carne suína cai, mas consumo interno avança


Segunda-feira, 6 de dezembro de 2010 - 09h35

Este foi o ano do mercado interno para a carne suína no Brasil e o quadro não deve ser muito diferente em 2011, avalia a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). "Não houve acerto de preço [na exportação] e o mercado interno estava melhor", disse Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs. Com uma produção de 3,237 milhões de toneladas de carne suína, 1,5% a mais que no ano passado, o setor deve fechar 2010 com disponibilidade interna de 2,677 milhões de toneladas e exportações de 560 mil toneladas. Isso significa um consumo per capita de 14,8 quilos, acima dos 14,2 quilos de 2009, segundo a Abipecs. Jurandi Machado, diretor de mercado doméstico da Abipecs, afirmou que existe demanda para mais de 15 quilos per capita no país hoje, mas não há produto. Com real valorizado, o Brasil acabou perdendo competitividade em relação a outros exportadores, como países da União Europeia e os Estados Unidos, principalmente na Rússia, maior cliente do Brasil e que sofreu com a desvalorização do rublo. Isso levou a indústria a priorizar o aquecido mercado doméstico. "EUA, Espanha e Dinamarca despejaram estoques na Rússia", comentou Machado. Os números até outubro mostram uma exportação de 461,881 mil toneladas, 9,75% abaixo de igual período de 2009. Os números preliminares divulgados pela Secex mostram exportação de cerca de 36 mil toneladas em novembro, abaixo dos 45,3 mil toneladas do mesmo mês de 2009. Além do recuo das exportações, a alta dos preços da carne bovina no mercado interno também estimulou o consumo doméstico de carne suína, observou Machado. Camargo Neto acredita que o mercado interno continuará aquecido em 2011, e avalia que as exportações podem chegar a 600 mil toneladas e preços firmes. Este ano, houve alta de 23,3% nas cotações na exportação, mas os preços ainda estão aquém daqueles do período anterior à crise. Os exportadores de carne suína também estão otimistas com a abertura de novos mercados. Afora os EUA, que já reconheceram Santa Catarina como livre de aftosa sem vacinação, o Brasil também negocia acordo para exportação de carne suína para a Coreia, o terceiro maior importador mundial. Há ainda negociações com a sempre imprevisível China. Abrir novos mercados é fundamental para o Brasil reduzir a dependência da Rússia (ver texto abaixo), mas a Abipecs admite que hoje o país não teria condições de ampliar de forma expressiva suas vendas. A razão é que a oferta deve seguir ajustada à demanda em 2011, já que não houve novos investimentos para ampliar a produção em 2010. "A capacidade de abate chegou ao limite", disse Machado. Os aportes devem ocorrer em 2011, mas o reflexo na oferta só aparecerá no ano seguinte. Fonte: Valor Econômico. Por Alda do Amaral Rocha. 3 de dezembro de 2010.
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