Nova negociação frustrada

A terceira tentativa de negociação do grupo Frialto para quitar suas dívidas com bancos e pecuaristas foi novamente frustrada. A Assembleia Geral de Credores (AGC) marcada para ontem de manhã também não foi realizada, a exemplo das duas primeiras (21 de outubro e 10 de novembro), e uma nova data foi marcada, agora para o dia 16 de dezembro. Medida, amplamente criticada pelos pecuaristas, foi adotada após pedido dos bancos, para que tenham “mais tempo para analisar a proposta do plano de recuperação judicial do grupo e, então, decidir o que vão fazer”, disseram representantes das instituições financeiras durante a Assembleia. De acordo com o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, 100% dos bancos votaram pela suspensão da AGC, mas o Banco do Nordeste foi o que se manifestou de forma mais clara. “Eles disseram que avaliaram o plano, mas ainda não têm condições de votarem ele. Não disseram quais são, mas explicaram que existem pontos que eles [bancos] não concordam. Devem falar quais são esse pontos direto para o frigorífico”. Vacari explica que os pecuaristas estão revoltados com a situação e que o Frialto, a cada nova AGC, perde a credibilidade com a classe. “Os bancos precisam saber de maneira mais clara o que eles pretendem em relação ao Frialto. Banco é essencial para recuperação do Frialto, sim, para que o Frialto tenha crédito e possa pagar seu passivo. Mas o Frialto só vai pagar o passivo se comprar boi, matar boi, vender a carne e fazer dinheiro com isso. Senão vão pagar como? Então, os bancos estão esquecendo dos pecuaristas nessa história, pois dependem deles para receber do Frialto”, salientou, bastante indignado. O que também pesou muito para a revolta dos pecuaristas foi, segundo Vacari, a falta de compromisso dos bancos. “Existia um compromisso dos bancos de votarem nessa Assembleia e não cumpriram. Não existe só o Frialto para comprar a carne dos pecuaristas, tem muitos outros frigoríficos. Precisam [bancos e Frialto] atentar para isso”. Vacari explica que durante a reunião que antecedeu a Assembleia, na quarta-feira, foi apresentado um plano “impossível de ser aceito”. A proposta dos representantes do Frialto foi de pagamento em uma única parcela para o pecuarista com crédito até R$ 15 mil logo após a aprovação do Plano. De 15 mil a R$ 30 mil, o pagamento seria feito em dez parcelas. Acima disso a dívida seria indexada ao preço da arroba e paga em 20 parcelas, sendo quatro parcelas por ano o que levaria cinco anos para o pecuarista receber o que tem direito. A nova Assembleia será no mesmo local e horário, Amazon Centro de Eventos, às 9h. A redação tentou entrar em contato com representantes dos bancos e do Frialto, mas não obteve retorno das ligações. Fonte: Diário de Cuiabá. Por Tauana Schmidt. 3 de dezembro de 2010.
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