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AGC do Frialto: Acrimat alerta que “banco não tem boi”


Sexta-feira, 3 de dezembro de 2010 - 09h30

A terceira Assembleia Geral de Credores – AGC - realizada na manhã desta quinta-feira (02-12), no município de Sinop (MT), foi suspensa para o dia 16 de dezembro sob protesto da Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat, pecuaristas e trabalhadores. “Os bancos não têm boi e uma hora a corda vai arrebentar”, reagiu indignado o presidente da Acrimat, Mario Candia de Figueiredo. Ele ressalta que foi uma grande decepção para os pecuaristas a suspensão da assembleia, “mesmo sabendo que a proposta do Frialto era péssima para o produtor, isso demonstra que os bancos estão usando de pressão para conseguir novas vantagens”. A suspensão da AGC foi aprovada por 100% dos bancos presentes e mais uma vez sem a apresentação de uma proposta oficial por parte do grupo Frialto. A Acrimat promete reagir “a mais uma manobra e vamos tomar as medidas judiciais cabíveis para evitar que isso aconteça novamente, pois existe um prazo de 180 dias, após a promulgação do Plano de Recuperação Judicial por parte da justiça, para que haja uma definição do processo”, explicou o assessor jurídico da Acrimat, Armando Biancardini. A quarta AGC foi marcada para o dia 16 de dezembro, às 9 horas, na Rua das Avencas, n.º 2377 – Amazon Centro de Eventos, em Sinop/MT. O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, disse que as reuniões preliminares com o Frialto não têm surtido efeito desejado. “Ouvimos todas as propostas do Frialto e o combinado era que uma proposta seria apresentada e que os bancos iriam votar. Mas, isso não vem acontecendo e o pecuarista está decepcionado com essa situação”. Ele disse que durante a reunião que antecedeu a assembleia no dia 1º de dezembro, foi uma apresentada um plano “impossível de ser aceito”. A proposta dos representantes do Frialto foi de pagamento em uma única parcela para o pecuarista com crédito até R$ 15 mil logo após a aprovação do Plano. De 15 mil a R$ 30 mil, o pagamento seria feito em dez parcelas. Acima disso a dívida seria indexada ao preço da arroba e paga em 20 parcelas, sendo quatro parcelas por ano o que levaria cinco anos para o pecuarista receber o que tem direito. “Não vamos aceitar essa proposta e o pecuarista que se sentir prejudicado pode parar de entregar boi para o frigorífico”, salientou Vacari. O pecuarista de Juara e credor do Frialto, Fernando Conte, disse que o frigorifico perdeu a oportunidade de manter um diálogo saudável com os produtores e que “é lastimável essa posição que o grupo vem tomando, pois todos nós pecuaristas tínhamos uma outra visão dos proprietários, que atuam há anos nesse setor”. Ele disse ainda que “a proposta que pretendiam fazer não contempla os pecuaristas de Mato Grosso e não vamos aceitar caso ela seja apresentada no próximo dia 16”. A Dívida com os pecuaristas São 1.203 pecuaristas credores de 12 Estados de chega a R$ 95.041.779,12. A maior parte dessa dívida é com os pecuaristas de Mato Grosso, que corresponde a 50,37% do débito com R$ 47.874.301,27 a receber por parte de 49,37% dos credores, totalizando 594 pecuaristas, divididos em 37 municípios. A divida com os demais Estados é a seguinte: Rondônia (RO) R$ 18.083.374,27 e 296 credores; Mato Grosso do Sul (MS) R$ 14.612.175,51 e 202 credores; Pará (PA) R$ 5.305.803,00 e 66 credores; Paraná (PR) R$ 3.443.563,42 e 21 credores; São Paulo (SP) R$ 3.875.460,03 e 18 credores; Minas Gerais (MG) R$ 135.186,17 e 2 credores; Santa Catarina (SC) R$ 678.463,01, e 1 credor; Goiás (GO) R$ 611,707,06 e 1 credor; Amazonas (AM) R$ 337, 069,81 e 1 credor; Maranhão (MA) R$ 46.732,17 e 1 credor; e Rio Grande do Sul (RS) R$ 37.943,40 e 1 credor. O pedido de Recuperação Judicial A empresa protocolou o pedido de recuperação judicial na Comarca de Sinop (MT), no dia 24 de maio. O grupo possui 8 unidades de abates em 5 Estados ( MT, MS, RO, SP, GO). Em Mato Grosso são 3 plantas, localizadas em Nova Canaã do Norte, Matupá e Sinop , e uma planta em construção em Tabaporã. A dívida total do Frialto é de R$ 564 milhões. Fonte: Acrimat. 03 de dezembro de 2010.
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