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Syngenta volta olhar para o oriente


Quarta-feira, 17 de novembro de 2010 - 09h06

Um olhar cada vez mais voltado para o oriente. Mais precisamente para a porção sudeste dos países asiáticos, onde a tecnologia agrícola ainda não se desenvolveu de forma significativa. É nessa região que a Syngenta, multinacional de defensivos agrícolas e sementes, acredita estar a próxima mina de ouro para seus negócios e onde as vendas do grupo tendem a crescer mais rapidamente nos próximos anos. O aumento populacional que a região tende a registrar nas próximas décadas, que será maior que em outros continentes, aliado ao crescimento da renda e às melhorias nos níveis de emprego são fatores que levam a empresa a crer em um crescimento maior em suas vendas. Além disso, a necessidade de países como Vietnã, Tailândia, China e Coreia do Sul de ampliarem suas produtividades agrícolas para garantirem a segurança alimentar geram perspectivas positivas para a demanda de sementes e defensivos. "Podemos dizer que a Ásia de hoje é algo que a América Latina foi há dez ou quinze anos. De qualquer forma, se você vai para a Colômbia e Equador, por exemplo, ainda há muitas coisas para serem feitas. Tem muita coisa ainda começando no Peru e em algumas regiões e áreas do Brasil a agricultura ainda está intocada", disse ao Valor Michael Mack, presidente global da Syngenta. "De qualquer forma, não podemos deixar de estar em nenhuma parte do mundo". E esse olhar para a Ásia já pode ser identificado nos números da empresa. Em 2008, quando as vendas totais da multinacional foram de US$ 11,62 bilhões, a região formada por Europa, África e Oriente Médio abocanhou 37% do total. A América do Norte ficou com 32%, América Latina com 20% e a região da Ásia e do Pacífico representou 12%. Em 2009, quando as vendas totais encolheram 5%, o bloco europeu representou 33%, a América do Norte 34%, a América Latina 19% e a fatia da Ásia cresceu para 14%. Nos nove primeiros meses de 2010, a empresa recuperou parte das perdas do ano passado e sua receita total somou US$ 8,94 bilhões. O desempenho supera em 10% o resultado acumulado de janeiro a setembro de 2009. A Europa representou 35% das vendas, seguida por América do Norte (34%), América Latina (16%). A Ásia já apareceu com 15% das vendas. Segundo Mack, individualmente os EUA são o principal país de atuação da Syngenta, seguido por Brasil e França. Ele lembra que, apesar de a China ser a segunda maior economia agrícola do mundo - atrás dos EUA -, o país asiático não é o segundo mercado para nenhuma empresa do segmento de defensivos e sementes. "A China é um mercado completamente dominado por pequenas empresas, especialmente de genéricos. Essa é a história chinesa, mas pode também ser a oportunidade oferecida por ela", afirma Mack. O presidente da Syngenta acredita que a China será nos próximos anos o maior mercado da empresa, pois aposta na substituição de defensivos considerados "inseguros" e baratos, por tecnologias mais modernas e menos agressivas ao meio ambiente. "Se os chineses pensam em exportar qualquer tipo de vegetal eles terão que pensar sobre isso", afirma. Fonte: Valor Econômico. Por Alexandre Inácio. 16 de novembro de 2010.
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