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Unica defende marco regulatório para impulsionar oferta de cana


Segunda-feira, 11 de outubro de 2010 - 09h21

O presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, admitiu hoje (8) que a falta de investimentos nos canaviais e na expansão do parque sucroalcooleiro do Brasil desde a crise mundial de liquidez, entre 2008 e 2009, reduzirá a oferta de açúcar e etanol em 2011, em um cenário de alta na demanda. Para o executivo, a retomada nos investimentos e o aumento da produção dependem de um marco regulatório para o setor, principalmente para o etanol. Jank revelou que esse marco foi cobrado, em junho, aos candidatos a presidente da República Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). Na opinião de Jank, com a crise de liquidez "houve um freio de arrumação" no setor, com as fusões e incorporações de companhias e "pelo menos 100 milhões de toneladas de cana passaram rearranjos societários". Sem capital, além da falta de investimentos nos canaviais, projetos de novas unidades foram suspensos. "Teremos de três a cinco novas usinas para o próximo ano, o que é muito pouco", afirmou Jank, que esteve em Ribeirão Preto (SP) para o evento de lançamento de variedades de cana-de-açúcar da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa). Com a estagnação do setor, a oferta de cana para 2011/2012 não deve ser muito maior que as atuais 570 milhões de toneladas no Centro-Sul do País, mas a demanda, principalmente pelo etanol no mercado interno e o açúcar no exterior, crescerá. E o próprio Jank admite a dificuldade de um aumento de oferta dos produtos. "Um aumento na cana não se consegue jamais resolver de um ano para o outro e o que vai ocorrer são os ajustes de sempre; talvez o maior ajuste seja nos veículos flex, através dos preços relativos entre etanol e da gasolina", afirmou. No entanto, Jank garantiu que a entressafra da atual safra para a próxima, entre dezembro de 2010 e 2011, será tranquila em relação à oferta de etanol. "A entressafra será normal, não vai faltar produto, pois nada indica que teremos ter algum tipo de problemas", avaliou. Jank relatou ainda que, diante das perspectivas boas de aumento na demanda para os derivados da cana e do possibilidade de abertura do mercado internacional para o etanol brasileiro, é necessário um marco regulatório para o setor, pedido feito pela Unica para que o próximo presidente instaure logo após assumir. "Precisaria uma sinalização mais clara, principalmente por parte do governo que vem aí, das políticas que gerarão novo ciclo de crescimento", disse. "Existe uma insegurança grande na questão do ICMS para o etanol, cujas alíquotas são diferentes em cada Estado e da Cide, que pode cair a qualquer momento e abaixar o preço da gasolina em 20% e da regulação da comercialização", completou Jank. Ainda de acordo com ele, a Unica pediu a Dilma e a Serra - além de Marina Silva (PV), quando esta ainda disputava a eleição - que acabem com a insegurança jurídica em questões trabalhistas e ambientais que afastam investimentos do setor. "A reserva legal prevista no Código Florestal, por exemplo, pode significar a perda de alguns milhões de hectares de cana ou perda de eficiência das usinas, que precisam ter a matéria-prima próxima das unidades produtoras", disse. "Mas os candidatos que estiveram conosco reafirmaram o compromisso do crescimento do setor e a crença do etanol como solução para o Brasil e o mundo; resta ver como isso vai se concretizar na forma de política pública", concluiu o presidente da Unica. Fonte: Agência Estado. 8 de outubro de 2010.
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