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Scot Consultoria

Carne: Brasil e EUA atenderão à demanda global, diz especialista


Quarta-feira, 29 de setembro de 2010 - 11h31

O aumento do consumo mundial de carnes exigirá que a produção de proteínas dobre até 2050, quando a população do planeta chegar a 9 bilhões, e o Brasil e os Estados Unidos serão os dois principais países a atender a esta demanda. A afirmação é do especialista Richard Brown, diretor da consultoria inglesa Gira, que participou hoje do Congresso Mundial de Carnes, em Buenos Aires. "Estes são os grandes ganhadores do mercado porque têm capacidade para aumentar a produção de grãos nos próximos 10 anos" e, consequentemente ampliar o rebanho, disse Brown. Contudo, ele destacou que "o Brasil vai continuar tendo problemas de acesso aos mercados de carne bovina". No que diz respeito à produção de frango, no entanto, Brown afirmou que os exportadores brasileiros "serão os grandes ganhadores no longo prazo porque os países importadores vão aumentar suas compras de frango, já que as preços da carne bovina continuarão subindo". Esta alta, segundo ele, não será substancial a ponto de provocar forte mudança no mercado, caso contrário, "os países importadores estariam mais defensivos por não poder competir com preços". Em sua exposição, Brown alertou que a produção e exportação de carnes têm que encontrar um equilíbrio entre volume e qualidade. As estratégias empresariais, segundo ele, precisam ainda ser sensíveis às políticas de consumo interno. Para o novo presidente da Escritório Permanente Internacional da Carne (OPIC), que organiza o congresso mundial a cada dois anos, Arturo Llavallol, o desafio do setor é tornar a produção sustentável para atender à demanda. "A questão é como chegar às 460 milhões de toneladas em 2050, quando o mundo terá uma população de 9 bilhões de pessoas", disse ele. Llavallol sintetiza as principais questões levantadas no encontro: aumentar a produção e ao mesmo tempo enfrentar as ameaças ao setor agrícola, "como a mudança climática, com suas inundações, secas e outros problemas". Para ilustrar o avanço do consumo e citando dados da FAO, Llavallol destacou que há 30 anos o chinês consumia 13,7 quilos/ano de carne bovina, enquanto que hoje são 59,5 quilos anuais. O organismo das Nações Unidas para a alimentação e agricultura estima que a produção de carnes bovinas, suínas e caprinas tem que dobrar quando a atual população de 6 bilhões de pessoas somar mais três bilhões de habitantes. Neste sentido, a situação da Argentina como produtor de carnes é grave. "As políticas de governo para regular os preços causaram uma queda do rebanho, que passou de 58 milhões de cabeças para 48 milhões", reclamou. Se a Argentina reclama, o resto dos países do Mercosul, especialmente o Brasil, comemoram. A região se consolida como maior produtor mundial de carne bovina com 40% do mercado internacional, segundo dados divulgados pelo Congresso. "A recuperação econômica na Ásia tem sido mais forte do que o esperado e impulsionará compradores-chave como Coreia do Sul, Hong Kong e Japão, enquanto que as importações russas também aumentaram devido à maior demanda", consta de relatório apresentado no encontro. "Brasil, Paraguai e Uruguai vão se beneficiar do impulso russo e da contínua queda das exportações argentinas", ressaltou o documento, que estima uma retração de 52% das vendas da Argentina em 2010. Fonte: Agência Estado. 28 de setembro de 2010.
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