• Quarta-feira, 29 de outubro de 2025
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Crise no mercado capitalista levou ao fechamento da planta

Crise no mercado capitalista levou ao fechamento da planta


Diretor da unidade de Cáceres conversou por telefone com o presidente da Famato Amanhã, as demissões de centenas de funcionários do Friboi começam a ser concretizadas na cidade O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Prado, esteve ontem em Cáceres (250 quilômetros ao leste de Cuiabá), reunido com pecuaristas no auditório do Sindicato Rural. Ele e o presidente do sindicato, Neto Gouveia, entraram em contato com Marcos Bertoloto, diretor do Grupo JBS-Bertin na América Latina, pedindo explicações para o fechamento da unidade. Bertoloto explicou que o fim das atividades em Cáceres é resultado das crise no mercado capitalista. Ou seja, redução da demanda por carnes no mercado internacional, que é justamente o que melhor remunera a atividade. A planta que tinha capacidade para abater até 600 cabeças/dia deixou de operar no último dia 8 e deverá demitir cerca de 700 funcionários. Conforme relatos dos colaboradores, depois de um período de férias coletivas de 30 dias, todos foram surpreendidos com a notícia da desativação ao retornar ao trabalho. O prefeito de Cáceres, Túlio Fontes, que também conversou com Bertoloto por telefone, mesmo preocupado com impacto social do fechamento da unidade, disse que o diretor não descarta reativar a planta na cidade, “só depende do mercado”. Conforme Fontes, a direção do Friboi explicou que foram fechadas cerca de dez unidades, inclusive outras duas no Estado: Colíder e Pontes e Lacerda. "O fechamento do frigorífico diz respeito a mercado. O Grupo JBS tomou a decisão e isso é próprio do capitalismo". A afirmação do prefeito foi uma resposta a um boato que circulou na cidade, dizendo que o frigorífico estava sendo fechado porque não tinha seu entorno asfaltado. “Isso é um absurdo”, afirmou, completando que a obra de pavimentação iniciada pela gestão anterior não foi licitada e não pode ser concluída de maneira ilegal. "O grupo optou por fechar pensando no lucro. Perdeu o mercado russo e outros espaços e teve de diminuir a produção. Não pensa no desemprego, nem no impacto negativo na economia do município", enfatiza Fontes, comentando que a receita da empresa é mais de 550 vezes maior que o orçamento do município de Cáceres. Por outro lado, Fontes frisou que apesar da notícia lamentável do fechamento da empresa Cáceres tem também boas notícias. “Mais de R$ 20 milhões estão sendo injetados na economia local pela iniciativa privada, que está investindo aqui, como a nova sede do Grupo Gazin, mais uma loja do Juba Supermercados e a sede própria da Faculdade do Pantanal (Fapan). E com recursos federais, há dois conjuntos residenciais sendo construídos, empregando centenas de trabalhadores”. O Friboi era a maior empresa privada de Cáceres. DEMISSÕES - Começam amanhã as homologações dos primeiros 300 empregados demitidos pelo grupo JBS Friboi. As homologações serão feitas pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentos e deverão atingir cerca de 600 trabalhadores, uma vez que a planta deixará de funcionar. Apesar de ninguém dar informações em Cáceres, um funcionário, que preferiu não se identificar, disse que todos receberam a notificação de dispensa no último dia 9. Poderão ser aproveitados alguns da área administrativa, redistribuídos para outras unidades da empresa no Estado como em São José dos Quatro Marcos e Araputanga. Essas unidades passarão a ser responsáveis pelo abastecimento das 13 vans que operam em Cáceres vendendo carne em domicílio, no sistema porta-a-porta. GRUPO - O frigorífico JBS Friboi começou em 1985 e passou por quatro razões sociais. Atualmente é o maior do mundo no ramo, com 82 unidades em cinco países e capacidade de abate de 90,4 mil bovinos/dia. Tem 55.361 funcionários, sendo 17 mil deles no Brasil. Fonte. Diário de Cuiabá. Por Clarice Navarro Diório. 15 de setembro de 2010. << Notícia Anterior Próxima Notícia >>
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