Confira medidas que minimizam perdas em soja por La Niña

A ocorrência do fenômeno La Niña – que prevê chuvas irregulares e abaixo da média - já aponta para maior risco na atividade agrícola para as culturas de verão. Segundo a pesquisadora da Embrapa Soja, Divania de Lima, no caso da soja, a redução de produtividade será mais expressiva se o déficit hídrico ocorrer em períodos críticos da cultura, como na emergência das plântulas ou na floração/enchimento de grãos. Para minimizar os riscos de perda de produtividade, a pesquisadora orienta os produtores a adotar práticas como o escalonamento de épocas de semeadura, aliada a utilização de cultivares de diferentes ciclo de maturação. “Utilizando essas práticas o produtor terá num mesmo período lavouras em diferentes estádios de desenvolvimento, evitando assim que o déficit hídrico atinja toda a lavoura em fases críticas de desenvolvimento, como por exemplo no enchimento de grãos”, explica a pesquisadora Divania. O extensionista da Emater, Nelson Harger, lembra que as áreas de plantio direto bem-estruturadas têm menor probabilidade de prejuízo com a estiagem. “Isso porque esses solos têm maior capacidade de retenção de água e de aprofundamento de raízes”, explica. Além disso, o clima seco pode favorecer a incidência de duas pragas: a lagarta elasmo e os ácaros da família dos Tetraniquídeos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Daniel Sosa Gomez, a lagarta elasmo é mais freqüente em regiões que possuem solos arenosos. Este tipo de solo retém menos umidade, o que favorece a sobrevivência da praga. “Esta lagarta se alimenta do caule e, em casos extremos, pode provocar a sua quebra”, explica. “Se tiver histórico de ataque de lagarta elasmo, é recomendado tratamento de sementes com inseticidas, mesmo assim, nem sempre o produto é eficiente”. No caso de ocorrência de ácaros, o pesquisador orienta que os produtores façam o monitoramento da lavoura com lupa, já que pode haver incidência a partir da formação de vagens. “O monitoramento é importante para indicar a necessidade de aplicação de acaricidas”, orienta. Tratamento de Sementes - O pesquisador Ademir Henning, da Embrapa Soja, alerta para a necessidade de se utilizar sementes de alta qualidade fisiológica e sanitária, o que significa garantir alta germinação, vigor e boa sanidade (sementes livres de patógenos que podem provocar doenças). O controle dos principais patógenos da soja é propicia¬do pelo tratamento das sementes fungicidas. “Além de controlar patógenos transmitidos pela semente, o tratamento com fungicidas é uma prática eficiente para assegurar populações adequadas de plantas, quando as condições edafoclimáticas são desfavoráveis à germinação e à emer¬gência da soja”, explica Henning. Doenças - Apesar do fenômeno La Niña não ser favorável à evolução da ferrugem da soja, os pesquisadores da Embrapa lembram que é preciso seguir as tradicionais recomendações para manejo da doença. A recomendação é para que os produtores façam o monitoramento da lavoura e fiquem atentos para a ocorrência da doença na região. “O controle deve ser feito após os sintomas iniciais da doença na lavoura ou preventivamente, levando em consideração o estádio de desenvolvimento da cultura, a presença da ferrugem na região, as condições climáticas de aplicação, a presença de outras doenças e o custo do controle”, orienta a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja. No entanto, segundo ela, condições de baixa umidade relativa do ar e temperaturas amenas podem favorecer o surgimento do oídio. Esta doença, que pode aparecer em qualquer fase de desenvolvimento da planta, tem como sintoma típico a presença de uma fina cobertura esbranquiçada nas folhas. “O controle é feito com cultivares de soja resistentes que podem apresentar níveis diferenciados de resistência. Além disso, o oídio pode ser controlado com fungicidas registrados”, explica Cláudia. Fonte: Embrapa Soja. Por a Lebna Landgraf. 10 de setembro
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