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Bayer CropScience aposta na América Latina para crescer


Sexta-feira, 10 de setembro de 2010 - 11h00

A Bayer CropScience, divisão agrícola do grupo alemão Bayer, aposta na América Latina para alavancar suas vendas. A previsão é de que a região feche 2010 com um crescimento médio de 6%, puxado, principalmente, pelo Brasil. A América Latina representa 20% do faturamento da companhia. Os números foram apresentados na coletiva anual da empresa, realizada ontem, em Monheim, na Alemanha. "O Brasil é pole position na região. Tem um potencial agrícola expressivo em comparação com outros países agrícolas como a Argentina", diz Rüdiger Scheitza, membro do conselho diretivo e responsável pelo portfólio global da Bayer CropScience. "O primeiro lugar é do Brasil e a Argentina aparece em segundo no ranking para a Bayer CropScience na região", acrescenta Scheitza. Em 2009, a divisão CropScience no Brasil atingiu faturamento de R$ 2 bilhões. A unidade responde por 53% do volume de negócios do Grupo Bayer no País. Embora tenha registrado desempenho global fraco no primeiro trimestre, com queda de 3% nas vendas totais, os últimos seis meses do ano devem ser promissores, segundo o grupo, que preferiu não divulgar estimativas para o período. Entre os setores que contribuíram para a queda dos resultados no primeiro semestre está o negócio de proteção de cultivos. "A indústria teve um começo difícil em 2010, após o longo inverno com fortes nevascas no Hemisfério Norte. No entanto, o mercado já se recuperou um pouco. Além disso, como resultado da recuperação econômica global, as condições de financiamento para os agricultores também melhoraram em muitas regiões", afirma Friedrich Berschauer, presidente do conselho de administração da Bayer CropScience. Berschauer, por sinal, está em clima de despedida. Ele se aposentará em 1º de outubro e será substituído pela norte-americana Sandra Peterson. "Entretanto, o mercado de herbicidas continua a sofrer com o excesso de capacidade e com a queda dos preços do glifosato. As vendas da empresa no primeiro semestre caíram nos segmentos de fungicidas e tratamentos de sementes, área em que a Bayer CropScience é líder mundial", conta Berschauer. Segundo ele, "esses resultados não terão impacto nas perspectivas de negócios de médio e longo prazo, que permanecerão muito positivas". O executivo, porém, chama a atenção para as crescentes flutuações de oferta e demanda e para o clima cada vez mais imprevisível. "O setor agrícola está enfrentando condições cada vez mais difíceis em consequência da mudança climática." Estratégia A companhia mantém a estratégia de crescimento por meio de produtos para a proteção de cultivos, sementes de alta qualidade e eventos genéticos melhorados de plantas. Para esse fim, deve lançar 18 novos produtos no segmento de biotecnologia até 2016. Sementes de algodão resistentes ao glifosato, que são resultado de pesquisa da própria Bayer CropScience, serão vendidas nos Estados Unidos já em 2011. Além disso, a empresa deve anunciar outros seis produtos até 2012, com potencial de vendas superior a 1 bilhão de euros. Entre os novos ingredientes ativos estão três fungicidas de uma nova geração de inibidores da cadeia respiratória de fungos: Aviator Xpro (bixafen), Luna (fluopyram) e Emesto. Este último será lançado no mercado em 2012 na forma de tratamento de semente. A Bayer CropScience também prepara o lançamento do fungicida Routine, que combate a brusone - uma das mais severas doenças do arroz. "A Bayer CropScience acredita que está bem posicionada, com soluções integradas para a agricultura que vão desde o plantio até a colheita. Além dos novos ingredientes ativos que tiveram de ser introduzidos no mercado devido ao desenvolvimento de resistência entre pragas e plantas daninhas e para combater novas doenças, a proteção climática e questões de sustentabilidade também têm um papel cada vez mais importante", diz Berschauer. Ele salienta a importância de mercados emergentes e lembra, por exemplo, que o setor de proteção de culturas do Brasil já ultrapassou os EUA como mercado mais valioso do mundo. O executivo reiterou seus apelos para uma segunda revolução verde. "Não apenas pesquisas agrícolas e inovações tecnológicas, mas também aspectos relacionados à infraestrutura, ao mercado e aspectos econômicos, além de fatores políticos e sociais, devem ser interligados e coordenados. Só então o abastecimento global de alimentos e outros produtos agrícolas, por preços acessíveis e em qualidade suficientemente elevada, poderão ser salvaguardados", acredita. Fonte: DCI. Por Carolina Gama, 10 de setembro de 2010.
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