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Potássio do Brasil planeja IPO após descoberta no Amazonas


Quinta-feira, 9 de setembro de 2010 - 10h05

A Potássio do Brasil, empresa brasileira com sócios locais e internacionais, teve sucesso na primeira perfuração feita na bacia do Amazonas em busca de potássio, e poderá lançar ações na Bovespa para financiar o seu projeto de US$ 2,5 bilhões. "O primeiro furo já mostrou potencial para uma jazida de classe mundial", afirmou à Reuters o diretor-executivo de operações da Potássio do Brasil, Helio Diniz, referindo-se a depósitos que ele acredita ter acima de 1 bilhão de toneladas. A área onde foi feita a descoberta fica a 13 quilômetros da reserva de potássio da Petrobrás conhecida como Fazendinha, no município de Nova Olinda (AM), cujas reservas foram estimadas em 500 milhões de toneladas, mas que estão paradas aguardando decisão do governo sobre o ativo. Sócios da Potássio do Brasil, reunidos na mineradora Falcon Metais, venceram em 2008 uma licitação da Petrobrás para exploração de Fazendinha. Mas o processo foi interrompido pelo governo na época sob alegação de que a política para o setor seria revista. Enquanto aguardavam a decisão do governo, alguns sócios da Falcon --brasileiros, canadenses e australianos-- adquiriram outros direitos minerários na região. E logo na primeira perfuração da área obtida junto ao Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), a Potássio do Brasil comprovou o potencial de grande porte da mina. O anúncio foi feito uma semana depois de a empresa GME4 anunciar no Mato Grosso reservas de fosfato, outra matéria-prima para a produção de fertilizantes, estimadas em 427 milhões de toneladas, além de minério de ferro. Se no Mato Grosso a logística pode ser um dificultador do desenvolvimento da mina, as reservas de potássio do Amazonas podem encontrar um empecilho ambiental. Produção em 2015/16 Mesmo diante de eventuais problemas para desenvolver a mina, a Potássio do Brasil já se prepara para acelerar o processo de produção. Uma terceira sonda já foi arrendada para continuar a exploração, informou o diretor. Segundo Diniz, a previsão é de que a produção de 2 milhões de toneladas anuais de cloreto de potássio seja iniciada entre 2015/2016, o que hoje corresponderia a um quarto da demanda nacional pelo produto --o Brasil, uma potência agrícola, importa a maior parte do fertilizante que consome. "Até o final do ano vamos fazer a definição da reserva de minério e partir para a viabilidade técnica e econômica da mina", afirmou Diniz. A empresa já havia captado US$ 25 milhões entre os sócios para fazer entre 10 a 20 perfurações até o final do ano. Mais 100 milhões de dólares serão obtidos até o final do ano para os estudo de viabilidade técnico-econômica e de engenharia da mina, além de investimentos para o manuseio do rejeito de sal. O teor de potássio da descoberta é de 40%, sendo o restante de sal de cozinha que será devolvido à mina, informou Diniz. Oferta Ele disse que se tudo continuar correndo como o previsto a Potássio do Brasil pretende lançar uma oferta primária de ações para financiar o restante do projeto. "Tem muita discussão ainda em andamento, mas podemos fazer um IPO na Bovespa para financiar o projeto sim", disse o executivo, sem descartar a entrada de outros sócio para financiar o investimento de US$ 2,5 bilhões. O assunto, no entanto, não está sendo conversado com a Vale, mineradora que vem demonstrando apetite para reservas de minerais ligados ao setor de fertilizantes e que nesta quarta-feira anunciou a reabertura de um bônus e lançamento de outro para "questões corporativas". "Nós não conversamos com a Vale, mas isso interessa a muita gente, pode ser que entrem parceiros", avaliou Diniz. A empresa já firmou entretanto acordos comerciais com cooperativas agrícolas, garantindo desconto de 10% sobre o preço internacional do potássio para parte da produção da futura operação. "Isso vai significar em cinco anos uma economia de US$ 100 milhões para os agricultores envolvidos", explicou Diniz, ressaltando que o acordo foi uma sugestão do Ministério da Agricultura e tem por objetivo criar uma boa relação com a comunidade local. "A gente precisa de muito suporte da comunidade para desenvolver os projetos na área da Amazônia, precisamos de apoio local", explicou. Segundo comunicado da companhia, que tem sede em Minas Gerais mas atua no Norte do país, o furo PB-AT-10-02 encontrou silvinita (minério de potássio) com 1,86 metro de espessura, a uma profundidade de 841.78 metros. O furo foi concluído a uma profundidade de 889,25 metros. "Estamos bastante animados com o fato deste furo de sondagem ter apresentado teores mais elevados do que quaisquer dos 16 furos históricos realizados anteriormente pela Petrobrás em Fazendinha", informou Diniz no comunicado. O Brasil ocupa a sétima colocação no ranking mundial em termos de reservas de potássio. A lista é liderada pelo Canadá, com 62,6% das reservas, e Rússia, com 12,5%. Fonte: O Estado de São Paulo. Por Denise Luna, 8 de setembro de 2010.
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