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Scot Consultoria

Mercado interno de óleo de soja dobrará em quatro anos


Terça-feira, 5 de abril de 2016 - 05h20

A demanda interna por óleo de soja deve mais do que dobrar nos próximos quatro anos, com a sanção no dia 23/3 pelo governo federal da Lei 3.834/2015, que eleva em 1,0% a mistura de biodiesel no diesel fóssil ao ano, a partir de março de 2017. O índice, que hoje é de 7,0%, será de 8,0% a partir do próximo ano e será aumentado até 2019, quando chegará a 10,0% (B10). A legislação ainda prevê alta para 15,0% desde que após aprovação em testes de motores pelas montadoras. A previsão é da Associação de Produtores de Biodiesel do Brasil (Aprobio).


O Paraná é o quarto maior produtor de óleo de soja do País, atrás de Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás, conforme a entidade. O benefício será para toda a cadeia, que contará com previsibilidade para a produção, que pode ir de 13,00 milhões de toneladas de soja para 40,00 milhões até 2019. "Hoje, o grande mercado brasileiro de soja é a China, mas, com o crescimento do biodiesel, teremos ganhos no mercado interno e previsibilidade", diz o presidente da Aprobio, Erasmo Carlos Battistella, que também é diretor presidente da BSBIOS, uma das três maiores indústrias do setor no País e que tem uma unidade industrial em Marialva.


A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) estima em 8,05 milhões de toneladas de óleo de soja esmagadas pela indústria neste ano. Cada 1,0% de elevação na mistura de biodiesel equivalerá de 2,20 milhões a 2,50 milhões de toneladas a mais de consumo interno de soja para esmagamento, o que também elevará a produção de farelo, aponta a Abiove. Isso porque 77,0% de toda a matéria-prima convertida em óleo vegetal no País vem da soja, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


Para o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra, o aumento não será imediato. Foi dado um período de um ano para testes de montadoras e para toda a cadeia produtiva de soja se adequar à elevação de demanda.


Turra lembra que o programa de biodiesel oferece incentivos para a indústria que comprar de produtores familiares, que representam boa parte do setor no Estado, o que garante assistência técnica e maior remuneração ao agricultor. "Não teremos aumento do preço da soja porque esse consumo interno maior será diluído em quatro anos e a produção aumentará, mas é importante e faz diferença para o produtor", conta.


Capacidade


Essa demanda maior poderá ser atendida mesmo sem investimentos na indústria hoje. O gerente de Economia da Abiove, Daniel Furlan Amaral, afirma que o Brasil tem capacidade instalada de 59,40 milhões de toneladas, com produção efetiva em 2016 prevista em 40,70 milhões de toneladas. Além disso, há mais 6,0 milhões de toneladas instaladas, porém sem uso, segundo a Abiove. "Tem muito a ser feito já com essa capacidade atual."


Amaral também crê que não há risco para exportações do País, mas aumento do valor agregado da produção, que gera maiores riquezas regionais e arrecadação para o governo. Ele diz que parte do excedente de soja que atualmente é embarcado in natura pode passar a ser processado para produzir mais óleo para biodiesel e mais farelo para ração.


O presidente da Aprobio endossa a versão. "Colhemos safra recorde no ano passado, mas mais de 50,0% foi exportada in natura, sem gerar emprego e agregar valor. Com essa medida, vamos precisar processar mais soja e vai crescer toda a cadeia".


Fonte: Agência Estado. 4 de abril de 2016.



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