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Brasil deve bater novo recorde de movimentação portuária em 2016, diz Antaq


Terça-feira, 23 de fevereiro de 2016 - 05h25

O recorde de movimentações portuárias registrado em 2015 deverá ser batido novamente em 2016, informou o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Mário Povia. A expectativa dele e de outros diretores da agência foi manifestada na quinta-feira (18/2), em meio a um balanço sobre os números apresentados pelo setor. De acordo com a Antaq, os portos brasileiros movimentaram 1 bilhão de toneladas em 2015. As informações são da Agência Brasil.


“O número é 4,0% maior do que o registrado em 2014. Com isso, a participação brasileira na movimentação marítima internacional (que em 2015 chegou a 20 bilhões de toneladas) ficou em 3,8%”, disse o diretor-geral. Segundo ele, a ligeira diferença entre os números apresentados pela Antaq e os apresentados na quarta-feira (17/2) pela Secretaria de Portos se deve à variação que é registrada semanalmente pelas bases de dados usadas pelos dois órgãos.


“Nossa expectativa é que em 2016 o recorde seja novamente batido. Estou bastante convicto disso”, disse Povia. Segundo ele, um conjunto de fatores extraportos deverá contribuir o novo recorde. “Estamos dotando o país de estruturação. Nossa expectativa é que a melhoria no modus operandi das ferrovias também contribua para isso”, afirmou.


Para o diretor, o crescimento de 4,0% nas movimentações portuárias, obtido em meio a um Produto Interno Bruto recuado, se deve em primeiro lugar ao fato do país dispor de uma infraestrutura que melhor responde às demandas. Em segundo lugar, Povia aponta o favorecimento cambial (dólar em alta) para exportação de commodities; e em terceiro lugar, a safra brasileira, que ano a ano vem apresentando resultados bastante positivos.


O mercado de commodities agrícolas certamente continuará forte, com previsão de chuvas e de maior produtividade. A expectativa é de uma boa movimentação de granéis e vegetais. A de celulose também está indo muito bem, a exemplo dos minérios. “Os produtos siderúrgicos terão incremento, e o agronegócio, com entrada de fertilizantes, deverá ficar mais forte. Já os contêineres dependerão da economia, que a meu ver deverá ser melhor do que em 2015”, argumentou o diretor.


Povia explica que a crise pela qual passa o país poderá favorecer mudanças nas operações “feitas por meio de uma estruturação, que está cada vez mais forte. Por exemplo, as empresas de logística do setor rodoviário poderão fazer as contas e concluir que o escoamento de cargas pode ficar mais barato pelo modal aquaviário, inclusive de cabotagem. Tudo são janelas de oportunidades que surgem”.


Segundo a Antaq, a movimentação de graneis sólidos nos portos brasileiros aumentou 7,2% em 2015, atingindo a marca de 632,60 milhões de toneladas, enquanto a movimentação de carga geral solta cresceu 5,7% (48,60 milhões de toneladas). Já as de granel líquido e as de contêineres registraram quedas de 2,4% e de 1,1% (226,20 milhões e 99,90 milhões de toneladas, respectivamente).


O minério de ferro foi o produto que mais contribuiu para a movimentação de cargas no país, chegando a um total de 400 milhões de toneladas (crescimento de 5,2% na comparação com o ano anterior). Em segundo lugar estão os combustíveis, com 232 milhões de toneladas (queda de 2,1% na comparação com 2014).


“O Arco Norte está com uma logística mais racional, principalmente para a produção do centro-norte. Mas, apesar disso, boa parte ainda é escoada via porto de Santos”, disse ele. “A Antaq identifica reflexos bastante positivos nos portos do Pará e do Maranhão. O Porto de Itaqui no Maranhão, por exemplo, cresceu 87,0% por causa da entrada em operação de grandes armazéns e por causa da melhora da infraestrutura logística, com a chegada da ferrovia (as interligações concluídas na Ferrovia Norte-sul)”, acrescentou.


De acordo com a Antaq, a exportação agrícola por meio do Arco Norte passou de 16,0% para 21,0%, número que pode crescer ainda mais, uma vez que 58% da produção agrícola brasileira está naquela região a chamada nova fronteira agrícola, que abrange áreas das regiões Centro-Oeste e Norte.


Povia ressaltou que a queda registrada no número de atracações (-7,7%) representa uma boa notícia, já que indica maior produtividade. “É positivo, porque há mais navios maiores nos rios brasileiros. Esses rios apresentam agora maior profundidade (após a conclusão de obras de dragagem). Com isso há um melhor aproveitamento nas atracações. É importante reconhecer que esses ganhos são oriundos dos investimentos em infraestrutura”, completou.


Fonte: Gazeta do povo. 22 de fevereiro de 2016.



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