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Scot Consultoria

Escala de navios aponta forte alta na demanda por grãos do Brasil


Terça-feira, 18 de agosto de 2015 - 05h57

A escala de navios previstos para carregar grãos nos portos brasileiros nas próximas semanas está mais de 70% superior à da mesma época do ano passado, indicando uma forte demanda pelos produtos brasileiros, que ganharam competitividade com a desvalorização do real.


Dados da agência marítima Williams analisados pela Reuters mostram que há atualmente 80 navios previstos para carregar soja nos portos brasileiros, totalizando 4,78 milhões de toneladas. Para o milho, a escala mostra 82 navios, somando 4,53 milhões de toneladas.

Nesta mesma época no ano passado, a escala para embarques de soja somava 3,2 milhões de toneladas em 57 navios, e a de milho 2,16 milhões em 40 navios.

Somando-se as previsões de volume para os dois grãos, a escala atual está 73% maior que a de meados de agosto passado. O Brasil é o maior exportador global de soja e o segundo em milho.

"Devido à forte depreciação do real, o preço da soja brasileira se torna atrativo para importadores", destacou o analista Luciano Marques, da Gama Corretora, de Santos (SP).

Os preços da soja no porto de Paranaguá, por exemplo, estão no maior valor nominal em cerca de três anos, a R$79,53 por saca, segundo o indicador Esalq/BM&FBovespa, que afere os negócios realizados nos armazéns e no corredor de exportação.

Os preços da oleaginosa no Brasil têm subido, apesar de um recuo nas cotações na bolsa de Chicago, impulsionados por uma valorização do dólar frente o real de cerca de 30% este ano.

Os prêmios oferecidos pela oleaginosa nos portos também ajudam a compor o quadro de preços elevados e demonstram grande interesse pelo grão brasileiro, mesmo após o pico do escoamento da safra nacional de soja e às vésperas do início da colheita norte-americana.

O prêmio para a soja a ser entregue em setembro no porto de Santos chega atualmente a US$1,27  por bushel, acumulando alta de 44 por cento desde o início de julho.

Habitualmente, nesta altura do ano, os embarques de soja começam a desacelerar, dando lugar ao milho colhido na safra de inverno. Contudo, os dados apontam para uma competição acirrada por espaço nos portos.

"A expectativa é de que o câmbio mantenha intensas as exportações brasileiras", destacou o Cepea em análise semanal do mercado de milho.

Com safras recordes e boa demanda externa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou na semana passada sua previsão de exportações de soja e milho do Brasil em 2014/15 para volumes recordes, agora projetados em 49,1 milhões de toneladas e 26,4 milhões de toneladas, respectivamente.

No último levantamento divulgado, a Conab havia apontado exportações de 21 milhões de toneladas de milho em 14/15 e 46,9 milhões de toneladas de soja.

De janeiro a julho deste ano, o Brasil exportou 40,7 milhões de toneladas de soja, alta de 7,5% ante o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura.

No mesmo período, as exportações de milho somaram 6,6 milhões de toneladas, aumento de 11% na mesma comparação.


Fonte: Reuters. Por Gustavo Bonato. 17 de agosto de 2015.



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