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Compra de defensivos subiu 162,3% em 12 anos


Quarta-feira, 6 de maio de 2015 - 08h35

De acordo com pesquisa da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), houve aumento de 162,3% nas toneladas compradas entre os anos de 2000 a 2012. Os dados do chamado "Dossiê ABRASCO - Um Alerta sobre os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde" foi lançado em evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).


"Desde 2009 o Brasil assumiu a posição de primeiro consumidor mundial de agrotóxico. O consumo daria 5,5 quilos por brasileiro por ano", afirmou o diretor da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Paulo Petersen.


"Ao contrário do que vinha sendo propagandeado quando eles [transgênicos] foram lançados, que permitiriam que o uso de agrotóxico diminuísse, porque seriam resistentes às pragas, o que se verificou foi o oposto. Não só está usando mais, como está usando agrotóxicos mais poderosos, mais fortes. Nós fomos levados a importar em regime de urgência determinados agrotóxicos que sequer eram permitidos no Brasil para combater pragas na soja e no algodão transgênicos, que foram atacados por lagartas", defende Petersen.


Segundo ele, 22 dos 50 princípios ativos mais usados no Brasil estão banidos em outros países: "Estamos em uma situação de total descontrole, o estado não cumpre o processo de fiscalização como deveria e a legislação para o uso de agrotóxicos também não é cumprida".


"Nós sustentamos a ideia, já confirmada por vários órgãos oficiais, de que é possível haver uma redução bastante significativa no consumo de agrotóxico no Brasil sem que isso comprometa em nada a eficiência econômica da agricultura brasileira", afirma o pesquisador.


O dossiê, que é uma revisão da versão publicada em 2012, traz um quarto capítulo inédito que aponta o caminho da agroecologia como forma sustentável e saudável de produção no longo prazo. "Esse capítulo apresenta várias experiências, de diferentes regiões do Brasil, que demonstram que é perfeitamente possível ser economicamente viável, ambientalmente sustentável, benéfico à saúde pública e produzindo em quantidade e qualidade".


Entre as dez ações mais urgentes, o dossiê propõe: priorizar a implantação de uma Política Nacional de Agroecologia no lugar do financiamento público ao agronegócio; impulsionar debates internacionais e enfrentar a concentração do sistema alimentar mundial; banir os agrotóxicos já proibidos em outros países; rever os parâmetros de potabilidade da água, para limitar o número de substâncias químicas aceitáveis e diminuir os valores máximos permitidos e proibir a pulverização aérea de agrotóxicos.


Fonte: Agrolink. Por Leonardo Gottems. 5 de maio de 2015.



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