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Soja derruba balança do agronegócio nos EUA


Quinta-feira, 16 de abril de 2015 - 08h29

Os Estados Unidos, assim como o Brasil, estão sofrendo os efeitos da queda dos preços das commodities na balança comercial do agronegócio.


E um dos principais fatores da queda são os preços da soja, que estão com forte desaceleração em relação aos do ano passado.


Tomando com base o ano fiscal, as exportações totais do agronegócio dos norte-americanos recuaram para US$67,1 bilhões de outubro do ano passado para fevereiro deste ano. Esse valor indica uma redução de 8% em relação ao obtido pelo país em igual período anterior.


A redução se concentra especialmente nos produtos básicos, cujas receitas recuaram 10% no período. Já os produtos com valor agregado tiveram queda menor, de 6%.


Esse cenário de desaceleração nos preços das commodities fez com que o saldo comercial do agronegócio dos EUA recuasse para US$2,8 bilhões em fevereiro, o menor obtido pelo país em seis anos para o período.


Tanto no Brasil como nos Estados Unidos, a soja tem grande importância na balança comercial do agronegócio. De outubro a fevereiro últimos, os norte-americanos venderam 40,2 milhões de toneladas de soja, 10% mais do que o computado de outubro de 2013 a fevereiro de 2014.


Nesse mesmo período, no entanto, as receitas do país recuaram 10%, para US$17,6 bilhões, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).


Não faltaram compradores para a soja norte-americana neste ano. Da lista dos dez maiores importadores da oleaginosa, oito aumentaram o volume de compras.


A líder China importou 27,5 milhões de toneladas no período, 9% mais do que em igual período anterior. União Europeia e México vieram a seguir, também com elevação nas compras.


Conforme dados divulgados na segunda-feira (13/4) pela SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), no entanto, a tonelada de soja está a US$390 no mercado externo neste mês, 22% menos do que os US$501 de abril de 2014.


Isso faz com que também as receitas obtidas pelo Brasil caiam, assim como nos Estados Unidos. Os produtores brasileiros têm a seu favor, porém, a desvalorização do dólar, que gera mais reais nas exportações, compensando parte da queda dos preços externos.


O mesmo não ocorre com os norte-americanos, que, com a valorização mundial do dólar, perdem mercados para outros países que têm moedas mais depreciadas.


A própria valorização do dólar faz com que os preços da soja recuem em Chicago. A cidade tem a principal Bolsa mundial de negociação desse produto, e o patamar de preço determinado na Bolsa serve de base para os demais mercados no mundo.


Mas não são apenas as receitas com soja que recuam nos EUA. O país obteve 27% menos dólares nas exportações de trigo neste ano. No mesmo período, as perdas com as vendas de milho atingiram 12%, segundo o USDA.


Cooperativas O cenário de dificuldades na economia brasileira vai pesar também na atividade das cooperativas. Edivaldo Del Grande, presidente da OCESP (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), diz que não existe mágica e que vai ser necessário um aperto de cinto.


Gestão Del Grande destaca, no entanto, que é necessária a preservação das pessoas e a manutenção dos projetos. A saída é melhorar a gestão, afirmou o presidente da OCESP em encontro do setor, que reuniu 20 cooperativas de São Paulo.


Pirataria Uma das bandeiras da recente criada FLAIVET (Federação Latino-americana de Indústrias Veterinárias) é o combate à pirataria, ao contrabando e à falsificações de produtos veterinários na América Latina.


Dificuldades No caso do Brasil, a extensa fronteira dificulta a fiscalização de contrabandos de produtos veterinários. Além disso, a punição é frágil, não inibindo novos casos de pirataria, segundo a federação.


Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 15 de abril de 2015.



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