A exemplo dos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul, que anunciaram a redução da área com o plantio do milho safrinha, em 2015, no Paraná, onde o safrinha tem alcançado recorde sobre recorde, nos últimos anos, deverá plantar e colher, no ano que vem, menos do que na safra que acabou de ser colhida, em agosto.
Na primeira estimativa, o Departamento de Economia Rural (DERAL) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento prevê uma redução entre 4,0% e 5,0%, mas não descarta a possibilidade de o número de agricultores que abrirão mão do milho ser ainda maior. Na região de Mandaguari, Marialva, Kaloré, até Ortigueira, última área a plantar a soja de verão, a redução do safrinha poderá passar de 30,0%.
Desta vez não são preços baixos os responsáveis pela redução - ontem, a saca de 60,0 quilos alcançou R$21,50, na região de Maringá, valor que os produtores consideram aceitável -, mas as condições climáticas que imperaram em outubro e retardaram o plantio da soja de verão.
De acordo com o economista Dorival Basta, do DERAL, em Maringá, no norte e noroeste do Paraná alguns produtores só conseguiram plantar a soja 20 ou 30 dias depois do que previam e, isso, pode significar que haverá atraso também na hora de colher.
"Na região de Floresta e Ivatuba, teve produtor plantando na primeira quinzena de setembro objetivando colher no fim de janeiro e iniciar imediatamente o plantio do milho safrinha", destaca o técnico do DERAL. Ele ressalta que "esta pressa" é para que a safrinha esteja no ponto de colheita antes de agosto, quando geralmente ocorrem geadas na região.
Enquanto alguns produtores plantaram no início de setembro, outros, mais ao norte, só conseguiram colocar o grão na terra em novembro e, para esses, será praticamente impossível colher antes da segunda quinzena de fevereiro e alguns poderão estar retirando soja do campo em março.
"Desde novembro que as cooperativas e os próprios produtores anteviam que seria difícil aproveitar a janela para o plantio do safrinha", comenta Claudemir Barbosa, do setor de comercialização de sementes da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Mandaguari (COCARI).
Segundo ele, as cooperativas fizeram um estoque menor, em relação à safra anterior, de sementes de milho. "Em compensação, aumentamos a disponibilidade de sementes de trigo, que certamente será o substituto para quem acha que será tarde demais para plantar milho", declara. O trigo é mais resistente a geadas do que o milho.
De acordo com o DERAL, se a redução for de 4,0%, o volume de milho de segunda safra no Paraná cairá de 11,40 milhões de toneladas para cerca de 10,55 milhões.
O Deral prevê redução também no plantio de feijão, cultura que, pelos preços baixos, desestimula o produtor. A redução da área, no Paraná, deverá ser em torno de 18,0% menor, caindo 272,0 mil hectares para 223,0 mil.
Dos 230,0 mil hectares dos 30 municípios da região de Maringá destinados a culturas rotativas, normalmente o milho ocupa cerca de 210,0 mil hectares, mas os técnicos das cooperativas e da Secretaria da Agricultura acreditam que, pela primeira vez, nos últimos anos, a área a ser ocupada com o grão será inferior a 200,0 mil hectares. Segundo Barbosa, da COCARI, a redução da área com milho só não será maior, porque os preços do trigo não animam os agricultores..
Fonte: O Diário. Por Luiz de Carvalho. 7 de janeiro de 2015.
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