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Scot Consultoria

CONAB vai reduzir apoio ao mercado de milho em 2015


Segunda-feira, 5 de janeiro de 2015 - 09h03

A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) planeja mudar em 2015 a estratégia de subsídio aos principais produtos agrícolas brasileiros. Conforme o presidente da estatal, Rubens Rodrigues dos Santos, o plano é manter operações de suporte ao mercado de algodão, mas reduzir as investidas na cadeia de milho.


Na avaliação do gestor ainda há necessidade de apoio à cotonicultura em virtude dos baixos preços internacionais da pluma - pressionados pelo elevado estoque do produto na China.


Por outro lado, o mercado de milho é considerado acomodado, e deve atingir um ponto de equilíbrio naturalmente. "Além de os preços estarem acima do mínimo atualmente, a previsão de que a área plantada será menor na safra de verão também ajuda a balizar os preços", aponta Santos.


Em seu último levantamento, divulgado em 10 de dezembro, a CONAB estimou a lavoura de milho verão em 6,10 milhões de hectares, 6,6% menor que a cultivada no ciclo passado, o que aponta para uma produção de 29,30 milhões de toneladas (-7,5%).


A estimativa para a safrinha ainda não foi atualizada e a CONAB considera, por enquanto, a mesma área de 2014, de 9,10 milhões de hectares de milho. Assim, a projeção para a safra brasileira do cereal em 2014/15 é de 78,70 milhões de toneladas (-1,5%). Já o algodão deve ocupar 1,0 milhão de hectares (-10,4%) e resultar em até 1,54 milhão de toneladas (-11,2%).


Considerando apenas os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (PEPRO), que apoiam o escoamento da produção, a dupla milho e algodão deteve a maior parcela de todo o subsídio nacional (79,0% do total). Foram R$255,54 milhões para cereal (com 5,80 milhões de toneladas movimentadas) e R$243,6 milhões para o algodão (com 905,30 mil toneladas negociadas).


Além da subvenção ao algodão e ao milho, a companhia apoiou com PEPRO laranja, trigo e borracha. Foram arrematados prêmios para a comercialização de 18,80 milhões de caixas da fruta, com valor total de R$47,10 milhões. Para o trigo, foram 788,60 mil toneladas, com total de R$81,10 milhões em prêmios. Já para a borracha, a subvenção foi de R$1,46 milhão. Na avaliação de Santos, as operações cumpriram seu objetivo já que os preços dos produtos se estabilizaram acima do mínimo.


No caso do trigo, houve subvenção para 1,55 milhão de toneladas e foram arrematados prêmios referentes a 50,8% desse volume. "No último leilão que realizamos apenas 11,0% do volume ofertado foi arrematado, indicando que não há mais demanda pela subvenção", afirmou Santos.


Estoques


Ao sinalizar a possibilidade de aquisição de milho no ano que vem, o presidente da CONAB afirmou que não há previsão de compras de arroz, mesmo com estoques baixos do produto. Em 2014, a estatal vendeu 418,10 mil toneladas de arroz. "Em uma determinação do governo, os estoques foram praticamente zerados", afirma Santos. O executivo lembrou que o estoque de arroz foi formado três e quatro anos atrás, por meio de AGF. "Hoje temos pouco menos de 380,0 mil toneladas de arroz em estoque, e a intenção era exatamente desovar esse volume", indica.


Em dezembro, a CONAB soma 1,60 milhão de toneladas de milho em estoque, 376,60 mil toneladas de arroz e 15,0 mil toneladas de trigo.


Esta semana, o Ministério da Agricultura anunciou que fará Aquisições do Governo Federal (AGF) para trigo no limite de até R$200,00 milhões. As operações visam a garantir preço mínimo ao produtor e recompor os estoques públicos. A medida havia sido anunciada pelo ministro Neri Geller em setembro, início da safra nacional, mas só confirmada agora. A data para o primeiro leilão de AGF ainda será informada.


Fonte: Gazeta do Povo. 2 de janeiro de 2015.



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