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Cenário adverso é desafio para setor de algodão


Sexta-feira, 7 de novembro de 2014 - 09h19

O cenário internacional não é favorável para o algodão. A área de plantio aumenta - pode atingir 34 milhões de hectares em 2014/15--, a produção sobe para 26,0 milhões de toneladas e os estoques poderão chegar a 21,0 milhões de toneladas, situação que tende à queda de preços.


É nesse pano de fundo que João Carlos Jacobsen Rodrigues assume a ABRAPA (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) no próximo mês. E o mercado interno é um reflexo do externo.


Diante dessas dificuldades, Jacobsen diz que o país terá de buscar novas variedades do produto, aumentar o controle biológico no cultivo das lavouras e obter um algodão de melhor qualidade.


"É um trabalho de longo prazo, que depende de atitudes conjugadas e não isoladas." É demorado, mas deve ser feito por todo o setor.


É necessária uma mudança não só no campo, mas no beneficiamento, na embalagem, no embarque e na entrega do produto no tempo certo, afirma ele.


Uma das virtudes do produtor brasileiro é a adaptação às mais variadas situações, mas ainda precisa evoluir nos controles fitossanitários, principalmente usando mais o refúgio e o vazio sanitário.


Outro desafio é a homogeneização do produto em cada região onde é colhido. Para isso, o produtor necessita conhecer e equiparar o uso tecnológico para obter um só padrão de algodão.


Quanto ao governo, Jacobsen atribui a ele a função de melhorar a infraestrutura, principalmente a dos portos por onde sai o algodão.


O futuro presidente da ABRAPA diz que é necessário ainda dar condições à indústria têxtil nacional para que volte a crescer.


"Exportar é bom, mas, quando se exporta algodão, se exportam também empregos. E esse não é o melhor dos mundos", afirma.


A tecnologia à disposição dos produtores de algodão no país não é muito diferente da dos demais países produtores. O que o produtor brasileiro precisa, no entanto, é ter conhecimento dela e usá-la.


Jacobsen alerta para a grande quantidade de produtores "invisíveis", que não participam de associações e, portanto, ficam à margem de novos processos de produção. Sem manejo adequado das lavouras, esses produtores "são multiplicadores de pragas."


Fonte: Folha de São Paulo. Por Mauro Zafalon. 6 de novembro de 2014.



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