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Após longo período de crise, suinocultura tem bom momento


Quinta-feira, 30 de outubro de 2014 - 09h11

A redução dos custos de produção, especialmente dos insumos alimentares como o milho e a soja, a oferta reduzida no mercado mundial e os embargos comerciais da Rússia aos Estados Unidos e à Europa promoveram a alavancagem da suinocultura em Minas Gerais, atividade que responde por uma participação de 33,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro, conforme dados oficiais do estado.


"Essa situação é reflexo do que aconteceu há dois anos, quando o setor passou por uma crise, com elevados custos de produção e abate de matrizes. Isso levou a uma redução da oferta de suínos no mercado e o que está acontecendo hoje é um reajuste entre oferta e demanda", explicou o analista de agronegócios da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Wallisson Lara Fonseca.


O momento favorável também tem relação direta com a queda dos custos de produção. Atualmente, segundo Fonseca, é possível comprar 24,30 sacas de milho com a venda de um suíno com 100 quilos de peso vivo. No mesmo período do ano passado um animal com esse peso valia 16,80 sacas de milho.


No que se refere aos embarques de carne suína, os embargos comerciais da Rússia aos Estados Unidos e a países europeus por causa dos conflitos na Ucrânia estão impulsionando as vendas externas mineiras desse tipo de carne para o mercado russo e, por conseqüência, alavancando as exportações globais do Estado de suínos.


Dados do MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) mostram que, de janeiro a setembro, mesmo exportando uma quantidade 15,0% menor para a Rússia, a receita foi 15,5% maior do que em iguais meses de 2013. As vendas para o mercado russo responderam por 77,5% dos embarques estaduais desse tipo de carne no período.


Em termos gerais, no acumulado até setembro, os embarques estaduais de carne suína somaram US$104,30 milhões ante US$91,40 milhões nos mesmos meses de 2013, uma evolução de 14,1%. Por outro lado, foram exportadas praticamente 3,0 mil toneladas a menos neste ano, o que mostra um crescimento em torno de 26,7% nos preços.


Em agosto, os russos cancelaram as importações de carne suína, além de bovina e de aves, da Austrália, do Canadá e dos Estados Unidos em retaliação às sanções comerciais impostas por esses países em função do envolvimento russo no conflito na Ucrânia.


Além de todos esses embargos, o analista de agronegócios da FAEMG explica que também houve uma redução da oferta de suínos por parte dos Estados Unidos nos últimos meses devido a problemas sanitários, como a diarreia suína. "Isso é relevante, uma vez que o país norte-americano é o principal exportador mundial", disse.


Concorrentes


O cenário positivo para a suinocultura também ganhou a contribuição de carnes concorrentes. Em vários mercados, há uma relação forte entre os preços das carnes bovina e suína e a demanda. No mercado norte-americano, por exemplo, quando o preço da carne bovina sobe, aumenta a procura pela carne suína e vice-versa.


Atualmente, há uma menor oferta de carne bovina no mundo, sustentando o valor da arroba em patamares elevados. Essa situação, como explica o analista da FAEMG, tende a permanecer nos próximos meses porque o ciclo de produção dos bovinos é maior que o dos suínos.


"Difícil acontecer o alinhamento de todos esses fatores. O suinocultor pode tirar proveito deste momento e se capitalizar com o preço físico recebido pelo seu produto. A expectativa é de crescimento, mas deve ser vivida com moderação", alerta.


Minas Gerais é o quarto Estado no ranking de matrizes industriais suínas alojadas, com 245,00 mil cabeças alojadas em 2013, atrás apenas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Em relação à produção, o Estado produziu 5,40 mil cabeças no ano passado, ficando em quarto lugar, também atrás das três unidades da federação da região Sul. A produção industrial em 2013 alcançou 467,80 mil toneladas, segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).


Fonte: Diário do Comércio. 29 de outubro de 2014.



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