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Scot Consultoria

Vendas de equipamentos para irrigação em ritmo mais lento


Segunda-feira, 26 de maio de 2014 - 09h00

Depois do boom registrado nos últimos dois anos, embalado por elevados preços de diversas commodities, pelo bom nível de capitalização dos produtores e por uma necessidade cada vez maior de mitigar riscos climáticos, o mercado de equipamentos para irrigação iniciou 2014 em desaceleração.


Embora a demanda continue forte, as vendas foram prejudicadas pelo represamento da liberação de recursos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI, do BNDES), diz Antonio Alfredo Teixeira Mendes, presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação (CSEI) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). Segundo ele, algumas empresas já estão há quase 50 dias sem finalizar negócios no âmbito do PSI.


Para a gaúcha Fockink, uma das maiores do segmento de irrigação, esse problema na liberação de recursos provocou uma queda abrupta nas vendas este ano. Nesse contexto, a comercialização de equipamentos da empresa deverão recuar entre 15,0% e 20,0% em relação a 2013, quando as vendas cresceram cerca de 50,0%.


"Só não caímos mais [este ano] por causa da seca e dos preços dos grãos, que ainda estão atrativos", disse Siegfried Kwast, diretor-superintendente da Fockink. Segundo ele, a situação levou a empresa a reduzir turnos e a realizar demissões, tendo em vista a ociosidade criada.


Apesar das reclamações de algumas companhias, o BNDES, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que as operações do PSI estão tramitando dentro do prazo normal - ou seja, no máximo cinco dias depois de o contrato chegar ao banco, o trâmite é concluído.


A Abimaq calcula que as empresas do segmento de irrigação investiram cerca de US$100 milhões entre 2011 e 2013 na construção de fábricas e em expansões para atender à grande demanda. Mas a entidade estima dias melhores ainda em 2014.


A câmara de irrigação da entidade prevê que o faturamento de suas 34 empresas do ramo associadas - que representam cerca de 90,0% desse mercado no país - poderá crescer cerca de 10,0% em 2014, para R$1,6 bilhão. No ano passado, a receita cresceu aproximadamente 20,0% frente a 2012, deflacionando o câmbio e aumento de custos, de acordo com Mendes.


No ano passado, houve recorde na comercialização de pivôs centrais, principalmente para milho e soja. A câmara da Abimaq estima que foram vendidos em torno de 2,1 mil pivôs, com área média de atuação de 60 hectares cada um, 50,0% mais que em 2012.


Já as vendas na área de irrigação localizada, que inclui gotejamento e microaspersão, cresceram de 15,0% a 20,0% em 2013, conforme Mendes. A projeção é que esse mercado cresça mais 20,0% em 2014, diante da recuperação dos preços de algumas culturas perenes que mais demandam esse tipo de irrigação, como o café.


No caso da subsidiária brasileira da indiana Naandanjain, as vendas desses equipamentos no primeiro trimestre de 2014 superaram toda a comercialização de 2013. Nessa área, muitos projetos de pequeno porte não demandam financiamento do BNDES.


O reflexo da grande demanda por equipamentos se reflete nas estatísticas da câmara da Abimaq sobre a área irrigada no país. No ano passado, foi registrado o maior aumento, em hectares, desde 2000, início da série histórica. A expansão sobre 2012 somou 284.176 hectares, ou 6,0%.


No Plano Safra 2014/15 foram destinados R$300,0 milhões ao Moderinfra Agricultura Irrigada. O valor é considerado baixo, mas se deve à possibilidade de utilização do PSI durante todo este ano.


De julho de 2013 até o fim de janeiro deste ano, Mendes diz que foram executados pouco mais de R$100,0 milhões em negócios pelo Moderinfra, pois os financiamentos para aquisição dos equipamentos foram feitos, na grande maioria, via PSI. Caso o PSI não seja prorrogado, Mendes afirma que o segmento terá de "pedir" mais recursos para o Moderinfra, estimados em cerca de R$700,0 milhões por ano-safra.


Fonte: Valor Econômico. Por Carine Ferreira. 23 de maio de 2014.



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