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Scot Consultoria

Com menos usinas em operação, moagem de cana cai no Centro-Sul


Quinta-feira, 15 de maio de 2014 - 09h09

As indústrias de processamento de cana-de-açúcar instaladas na região Centro-Sul do país reduziram o ritmo de processamento na segunda quinzena de abril, aponta a União da Indústria da Cana-de-açúcar (UNICA).


Segundo a entidade, 23,8 milhões de toneladas do produto foram destinadas às usinas no período, 25,6% menos do que no mesmo período da safra anterior, quando foram moídas 32,1 milhões de toneladas.


No acumulado do início do ciclo atual até o fim de abril, a moagem também está abaixo do registrado em 2013. Foram 40,3 milhões de toneladas processadas até agora contra 41,7 milhões de toneladas obtidas em igual período do ano passado. A queda é de 3,4%.


Entre os motivos para a diminuição, segundo a UNICA, estão o atraso no início do processamento - ocorrido devido a condições climáticas - e as dificuldades financeiras da própria indústria. Com o caixa comprometido, algumas unidades adiaram a manutenção das máquinas na entressafra e sofreram também com o atraso na entrega de outros equipamentos.


De acordo com dados do relatório divulgado pela UNICA, a previsão era que 256 usinas iniciassem o processamento de cana-de-açúcar até o fim de abril. No entanto, apenas 215 começaram a produção, quantidade menor do que as 236 unidades em operação na temporada 2013/2014.


Setor em reestruturação


As perdas somadas do setor obrigaram a UNICA a preparar uma restruturação interna, que inclui redução do orçamento da entidade à metade, para cerca de R$10 milhões. Além disso, projetos devem ser cancelados. 


Uma reunião está planejada a próxima terça-feira (20/5) para decidir sobre o corte orçamentário e a redução da contribuição das empresas para a entidade. A entrada do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, no conselho deliberativo da UNICA é uma esperança para evitar perdas de novos associados e mais redução do orçamento da entidade.


A restrição nos aumentos da gasolina, uma das medidas adotadas pelo governo para manter a inflação dentro da meta, tem prejudicado os produtores sucroalcooleiros. A política faz com que o etanol perca competitividade frente ao combustível fóssil, resultando no fechamento de várias usinas.


Incerteza


A previsão de ocorrência do El Niño deve ditar os rumos do preço da cana-de-açúcar e seus derivados (açúcar e etanol) no mercado internacional nos próximos meses. Se o fenômeno chegar no período de esmagamento na região Centro-Sul, que dura até dezembro, a temporada de chuvas pode prejudicar os trabalhos da indústria e influenciar na qualidade do produto.


As incertezas climáticas fizeram a consultoria Datagro rever sua previsão para o déficit global de açúcar na temporada 2014/15. A companhia projeta agora que faltarão 2,46 milhões de toneladas do produto frente a 1,61 milhões de toneladas estimadas anteriormente.


O Brasil é atualmente o maior fornecedor mundial de açúcar e, portanto, o país que mais tem influenciado as cotações internacionais negociadas na Bolsa de Nova York.  Nesta quarta-feira (13/5), os contratos para entrega em julho subiram 2,4%, sendo comerciado a US$18,23 por libra-peso.


Fonte: Gazeta do Povo. Por Lucas de Vitta. 14 de maio de 2014.



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